quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

A Seita segundo o seu fundador, Jorge Angel Livraga

Nós... ...OS ACROPOLITANOS

Por Jorge Angel Livraga

Se repassarmos objetivamente a história, comprovamos que todo Movimento, seja ele religioso, filosófico, artístico ou político, ao apresentar-se ao mundo, recebeu doses abundantes de incompreensão por parte de seus contemporâneos e sua imagem, como refletida em águas turbulentas, se viu frequentemente deformada, assumindo características que lhe eram totalmente distantes e, em muitos casos, contraditórias a natureza original.

NOVA ACRÓPOLE não tem sido exceção nisso ...
... , e se bem que existem milhares de pessoas em todo o Globo que tem d’Ela uma idéia mais ou menos clara e real, também há aquelas – que com dúvida – que a identificam com o que diz sua própria fantasia, com temores subconscientes, com suas conexões secretas ou simplesmente com a última versão que algum amigo ou familiar lhe facilitou, extraída do “balaio de fofocas” do cotidiano

De tal forma, acredito oportuno fazer uma disposição de certas concepções fundamentais da Nova Acrópole de forma resumida, mas talvez de forma mais enfática e direta do que nos impõe as normas do jornalismo.

***

CONCEPÇÃO DO UNIVERSO

Estamos de acordo com os Filósofos pré-socráticos, platônicos e neo-platônicos em que o Universo é um imenso Ser Vivo, um “Macrobios”. Com a semelhança de células são seus sistemas estrelares; as tramas de tecido seus sistemas estelares, as histológicas suas galáxias e os órgãos suas nebulosas ou nascedouros de galáxias. Existe uma renovação constante destes elementos dentro de um Universo que passa periodicamente da manifestação material a potência energética, e de esta a um novo ato de objetivação. Os antigos filósofos ainda nos falam de “Manvátaras” e “Pralaayas”, uma expiração e inspiração de Brahma, que vem a resultar em um conceito idêntico.
O Universo, então, nasce, se desenvolve e morre tal qual fazem os seres vivos. O que nos assombra é o fator tamanho, mas este é relativo pois não existe “o grande” nem “ o pequeno” em si, senão em virtude de comparação. Se prescindimos desta ilusão, veremos que um cometa e um elétron de valência atuam similarmente a pesar da quase inconcebível diferença de tamanho.
Quando nos referimos ao Universo, nos fazemos a este que vivemos e registramos com nossos aparatos atuais, em que física e mentalmente vivemos. Não negamos que haja outras dimensões além das atuais que temos acesso. Isso não nos resta realidade: Para um Carolíngio não existiam aos micróbios porque não os via, porém, ao seu redor as pessoas morriam de doenças causadas por esses micróbios. O descobrir algo não é criá-lo. Assim, podem existir muitas coisas que não concebemos simplesmente porque não as descobrimos ainda. No Universo descoberto nem sempre é existente, pois vemos como certas a estrelas que já se apagaram fazem dezenas de milhares de anos, já que delas recebemos as imagens segundo a velocidade da Luz. Também há aquelas que já se formaram, mas suas imagens não nos chegará em muito tempo. Talvez nunca se apresente a Humanidade.
Do universo sabemos coisas e outras que ignoramos, mas, não tem isso grande importância. A estatura moral e espiritual do homem não cresceu um centímetro desde que se fotografou o lado escuro da Lua; segue a violência, a exploração, a ignorância e o medo.
No Universo é provável que existam outras formas de vida semelhantes, ou diferentes até inconcebíveis. Para-racionais, racionais e infra-racionais. Pode haver comunicações através de naves espaciais ou de outros meios. Hoje, que já sabemos que o vazio absoluto não existe, podemos inclusive conceber uma flora e uma fauna espacial.
Este imenso Ser vivo, extremamente harmônico, matematicamente pensado, que é o Universo, é testemunho sem dúvida da existência de um pensamento Divino emissor de idéias, transcendentes umas e formais outras, e nós mesmos que somos Serer pensados por Deus e parte integrante do Seu Pensamento, fruto da Sua Imaginação. Cada vez que ele Dorme, a parte mais cru do universo dorme com Ele e cada vez que Ele “morre”, a parte mais cru do Universo morre com Ele. E cada vez que Ele volta a manifestar-se, o Universo recomeça sua trajetória ou fuga até o futuro.
Mais pra lá está o Mistério, o Mistério Divino que justifica o Universo. Se não podemos provar onde está o começo de uma simples circunferência que façamos com o dedo na areia, não devemos rechaçar que o Mistério que nos rodeia e que somos nós mesmos parte desse Mistério.
Todo o universo marcha; não sabemos de onde e nem para onde, mas sabemos que nosso destino é marchar inexoravelmente. Tratemos de fazê-lo da melhor e mais digna forma possível.

CONCEPÇÃO DA HUMANIDADE

Segundo as concepções mais esotéricas, a Humanidade não é uma espécie dentro do Reino Animal, um simples mamífero placentário, mas, senão, um Reino diferente, que dista tanto do Animal quanto esse do Vegetal.
A Humanidade é muito mais velha do que a ciência atual crê. Faz 9.000.000 (nove milhões de anos) que vive possuidora de uma chispa mental. Antes da nossa, existiram outras Humanidades ou Raças que habitaram Continentes, hoje em grande parte, submergidos como pode ser a Lemúria no Oceano Pacífico ou a Atlântida em um oceano de mesmo nome, cujo ultimo resto afundou há 11.500 anos, como nos descreve Platão, se baseando nos ensinos dos sacerdotes arquivistas do Egito.
Essa longa trajetória já conheceu numerosos momentos de esplendor e de barbárie. Entre períodos de grande civilização, houve várias “Idades da Pedra”. A ciência arqueológica conhece somente a última dessas e as mais próximas formas de civilização. Hoje sabemos que um ser humano extinguiu uma fogueira acendida voluntariamente na França há uns 500.000 anos... Porém, nosso conhecimento da história propriamente dita se restringe a algumas zonas do planeta e aos últimos 3.000 anos: menos de um centésimo da soma anterior.
Não é a primeira vez que a humanidade registra tantos componentes encarnados. Isto aconteceu várias vezes, contudo como o número de almas é fixo, catástrofes ou cataclismos reduziram drasticamente a população, retornando a um equilíbrio que permite maiores maiores lapsos de vida “Celeste” e menores “Terrestres”. O “Materialismo” imperativo hoje em dia, se deve a que as Almas não tenham tempo suficiente de vida “Espiritual” e como diria Platão, não alcançam o esquecimento de sua encarnação passada e assim, nascem crianças, contudo, contaminados com ela, carentes de inocência e ilusão.
Na humanidade convivem hoje mais de 4.000 milhões de pessoas que são contemporâneas; mas não são da mesma idade, ou seja, que não estão na mesma etapa temporal evolutiva. Existem importantes restos das Raças que foram as que imperaram nos antigos Continentes destruídos; essas massas humanas não estão em evolução e sim em involução formal, apesar da consciência, com base em expericências, sempre progride. O “racismo” que existe, tanto entre negros, amarelos e brancos, ´uma deformação da apreciação das próprias características. Pedir igualdade a seres tão diferentes é ir contra o direito que têm todos de viverem segundos suas próprias necessidades. A igualdade não existe no mundo manifestado. Todos somos diferentes. Isto não impede, e sim permite, que possamos conviver se respeitarmos as leis naturais e nos situamos humildemente em nossos lugares e fazermos prevalecer o Amor ao Ódio.
A humanidade tem por diante muitos milhões de anos de vida. Não haverá cataclismo que a termine, apesar de que muitos poderão afetá-la profundamente no futuro, tal qual a afetaram no passado.

CONCEPÇÃO DO INDIVÍDUO

O indivíduo para o pensamento Platônico, é aquela parte “indivisível” que está subjacente em todo Ser Humano. O indivíduo é por si imortal e incorruptível. O tempo não o degrada nem o destroça. Não tem partes. No presente momento evolutivo, salvo exceções, está recoberto e sepultado pelos elementos carnais e psicológicos da Personalidade mortal. Dali provem a recomendação Socrática, extraída do Templo de Delfos : “Conheça-te a ti mesmo”. Este conhecimento em profundidade é imprescindível para encontrar a verdadeira Liberdade e a Potencia de um Ego harmonizado com todos os demais, com o “ritmo musical” da Natureza e com Deus, cuja essência está em nó, enquanto que Está e se Realiza, enquanto que existe.
Este indivíduo teria como compromisso atual de existir, ou seja, re-conhecer-se e plasmar-se, armonizando com sua Potencia o Ato presente de sua Personalidade, efêmera, porém necessária como veículo de experiência.

CONCEPÇÃO DA SOCIEDADE

Um conjunto de Seres Humanos, convivendo em algum grau, constituem uma Sociedade. Platão em “A República” (denominação atual de seu livro, extraído do título latino de “Res publica” ou “Cosa Pública” e que nada tem a ver com o conceito republicano vulgar, nos dá claros exemplos do que é uma Sociedade, na qual, em sua etapa formativa e egoísta, tão somente busca aproximar os corpos, mas, segue cada qual trabalhando exclusivamente para si. De tal forma, o armeiro fará sua própria arma e não dará aos outros a oportunidade de possuí-la, o hábil com a costura confeccionará suas próprias vestimentas e assim todos. Assim ninguém terá as vantagens da cooperação e apenas, as vezes, as do intercâmbio. Quando a Sociedade se torna adulta, aparecem as “corporações de profissionais”, e então o armeiro fará as armas para todos que as necessitem; o alfaiate, roupas; e o sapateiro, calçados. Se cada um tem uma especialidade a põe a serviço da comunidade, todos se vêem beneficiados, pois todos irão calçados como se fossem sapateiros, ou vestidos como se fossem virtuosos com a agulha. Mas isto se refere a coisas materiais: as que se produzem, ou colhem e se consome, ou se utilizam. Nesta Sociedade, em que haverá alguns que serão mais hábeis com agulha ou a serra, haverão também quem o será por seu sentido de justiça ou por sua vontade. Então nasce um novo conceito: o Estado.

CONCEPÇÃO DO ESTADO

Este nasce quando uma sociedade aceita, e vê como necessário, não reger tão somente por intercâmbios de objetos e de bens. Faz falta juízes que legislem e rei que governe. Platão propõe para esta Sociedade o mesmo sistema de “seleção dos mais aptos” que se encontra na mecânica da Natureza. O homem mais justo deverá ser juiz de si mesmo e de todos; o mais forte, protetor de si mesmo e de todos; os demais decantado a vontade e a nobreza espiritual, se dominará a si mesmo e portanto, poderá participar esse benefício a todos, reinando para eles.
O conceito Platônico – ao qual nós aderimos – classifica de maneira clara várias formas globais de Governo dos povos. A esta Arte de governar os povos se chama “Política”, pois “Polis” ou “Cidade” é sinônimo de convivência humana. As formas são, da mais perfeitas às mais imperfeitas, como segue:

1* - Aristocracia ou Governo dos Melhores. Dos Sábios. Do Rei-Mago.
2* - Timocracia ou Governo dos honrados. São os que tem em muito a horna e o ser honrados. Sem tanta profundidade filosófica como os primeiros; só chegam à superfície das coisas, mas, buscam superfícies nobres e luminosas.
3* - Plutocracia ou Governo dos Ricos. Se vê aqui a riqueza material como um símbolo de outra riqueza interior, e se confunde o espiritual com o mundano, a vaidade com a justiça. Ricos e pobres se enfrentam e se necessitam, em uma contínua contradição que não está de acordo com as leis naturais de “viver e deixar viver”, dentro de um marco que hoje chamaríamos “ecológico”.
4* - Democracia ou Governo do Povo. É a prevalência da maioria sobre a minoria, tenham ou não razão. Se baseia na crença de que todo homem pode saber e opinar sobre o todo. É o império da opinião sobre o juízo. Aqui as contradições se resolvem pelas lutas civis através de parlamentos ou de violências. Sócrates faz piada sobre um burro, que em uma Democracia, como tinha que expressar sua opinião e dar oq eu tinha, começou a dar coices em todos.
5* - Tirania ou Governo injusto de Um sobre Todos. Esse “Um” não é o melhor que os governa. É a simples saída violenta e injusta do caos da Democracia. A tirania é a pior forma de Governo e a última que pode ter em um Estado, pois desemboca fatalmente no Caos e na Anarquia, onde cada um olha por si e os mais fortes esmagam os mais frágeis, até que tudo pereça.
O ciclo voltará a começar; até que diante de tanto mal se buscará outra vez ao mais Sábio para que solucione os problemas e retorne a harmonia entre os Seres Humanos.

UMA NOVA CIÊNCIA

Propomos uma profunda revisão e depuração dos conceitos científicos, de modo que sejam resultados da investigação e da experiência, mas com a flexibilidade filosófica para não obturar os canais do conhecimento. A ciência não pode seguir “a la moda”... No entanto, ela segue. Foi a “ciência oficial” que negou o telescópio de Galileo, a esfericidade da Terra, a possibilidade de que os aparelhos mais pesados que o ar pudessem voar, a existência de Tróia, a possibilidade da telepatia, da hipnose e de tantas coisas logo confirmadas.
Faz falta uma Nova Ciência na qual somente importa a experimentação senão também a imaginação. Uma Ciência Filosófica que busque honradamente a verdade das Leis Fundamentais que regem o Universo, ao invés de uma nova cor para promover umas das tantas pastas de dentes. Que não esteja a serviço de quem melhor pague, sinão de quem mais a necessite. Uma Ciência Humanista que não negue ao Homem, mas tampouco a Harmonia Natural nem a Deus. Pois o Conhecer não está em contradição com o Saber, senão que é a forma popular da Sabedoria. Uma Ciência que atinja e que beneficie a todos e não ameace nem polua nosso planeta. Uma Nova Ciência que não se limite à classificação dos objetos naturais, pois não estamos na época de Lenneo, senão que abarque a Política, a Economia, a Ecologia e todas as novas possibilidades de melhorar a vida humana e fazê-la mais digna. Os Governos deveriam, já que cobram tantos impostos, financiar a investigação científica antes que os milhares de charlatães que se reúnem periodicamente para se insultar e demonstrar suas impotências. Se o que se gastam em “politicagem” se fizesse invertido, até hoje nesse século, o câncer e a fome estariam vencidos.

UMA NOVA MÍSTICA

Muitas pessoas dizem “Eu não creio em Deus”... Mas, será que realmente não crêem em Deus, ou será que, sendo suficientemente cultos e inteligentes, se negam a aceitar as fábulas exotéricas com as que estão revestidas todas as religiões e as imagens pueris das Almas boas tocando lira sobre uma nuvem, enquanto as Almas más estão frendose em calderões subterrâneos?
Por outra parte, as Igrejas de diferentes confissões têm se contaminado tanto com seu mundo circundante, especialmente aquele que hoje chamamos de “político”, que têm sido forçadas a dar marchas e contramarchas a vista de todos; e isso tem feito fraquejar a já não muito robusta fé dos humanos. Hoje há padres guerrilheiros e Monges Budistas terroristas; os ayatolás conduzem tropas que matam civis, e os gurus e os hipócritas desnaturalizados que estão transformando os santuários em bordéis onde se “levanta Kundalini” fazendo o ato sexual como os animais.
Tudo isso, apesar dos verdadeiros religiosos e místicos, desencorajam especialmente a juventude que é o futuro da Humanidade. Faz falta uma Nova Mística, ou melhor dizendo, revitalizar a Velha Mística através de novos Místicos. Uma Conução religiosa que leve naturalmente as pessoas ao descobrimento inefável de Deus, que está por cima e abunda a todos os ambientes e a todos os momentos históricos e lugares geográficos. Não contrapor a inteligência e a Fé, que não é outra coisa que senão uma Inteligência Visionaria.
O que diferencia os animais dos Seres Humanos é precisamente que estes podem perceber a Deus. Se este Caminho se fecha, tenderemos cada vez mais à bestialidade sob formas humanas que já são quase humanóides.

UMA NOVA ARTE

Se por Arte entendemos a expressão da Beleza, seja esculturas, literárias, pictóricas ou musical, percebemos rapidamente que a Arte está em franco retrocesso. Se um arqueólogo pudesse redescobrir dentro de uns dois milênios uma escultura clássica grega junto a uma dessas de “vanguarda” que se parecem pedregulhos mal polidos e incompreensíveis, este arqueólogo que supomos inteligente, datará as obras ao contrário, se acreditar em uma certa progressão da expressão do Espírito Humano e pensará que o pedregulho amorfo é anterior em milênios à delicada estátua adônica esculpida em mármore de Paros. Isto nos dá uma idéia mais ou menos jocosa, ao mesmo tem que trágica, do que está ocorrendo.
A Música é substituída por estruturas harmônicas “psicodélicas” de má qualidade. Na Literatura, os temas escabrosos, pornográficos e sanguinolentos escritos com penas tão finas como cabos de vassouras, pretendem ser superiores a Homero ou Cervantes. A Poesia foi liberada da riba e da métrica, transformando em um monte de prosa recortada arbitrariamente, onde se prima o “euísmo” e a cacofonia. A Pintura “jovem” é em verdade a mais velha, pois está abaixo da arte rupestre, colocando um touro sobre o outro. Obviamente toas estas formas de “Arte” – que nem artesanais são – são efêmeras mostras do desconcerto geral. Daqueles, que não podem representar o belo e não querem reconhecer sua impotência nem tendo a humildade da simples cópia daqueles que foram tocados pelas Musas, se fez um culto ao feio sobre o altar do espantoso.
A intoxicação é tamanha que se paga milhões de pesetas por quadros que, se tivéssemos normalmente em nossos quartos, e fosse o primeiro que víssemos pela manhã, acabaríamos por ficarmos loucos em poucos meses.
Com as coisas assim, promomos uma Nova Arte que escolha o melhor dos clássicos conjugando os elementos da atualidade. Uma Arte com Mensagem Metafísica e por sua vez com beleza capaz de enternecer os corações duros, fazendo-os melhores e acessíveis à confraternização. Uma Arte sem Mensagem é como uma carta com envelope vazio. A Arte contem Mensagem. Não deve necessitar de tradutores nem introdutores em uma “iniciação” explicativa grotesta. A verdadeira Beleza se “sente” antes que se compreenda. Aquilo que não é Belo não é Arte. É perda de tempo, que se houvesse empregado em um trabalho útil, mais benefícios haveria trazido a Humanidade.

UMA NOVA FILOSOFIA

DIANTE DA VIDA E DIANTE DA MORTE

Filosofia significa “Amor à Sabedoria ou ao Conhecimento”. É uma rota iluminada pelo Sol da Verdade. Tudo aquilo que não responde a esta característica essencial não é Filosofia, senão especulação e repetições alternativas do que os outros disseram, aproveitando os velhos Ensinamentos da mesma forma como se alimenta a colher e se gosta da sopa na qual se submerge.
Vida e Morte são duas caras da Vida-UNA. Quem nem sequer tenha se apercebido disto, não o chame rapidamente de “filósofo” pois nem comelou a caminhar pelo Caminho Ascendente (Sendero Ascendente).
Todo homem, toda mulher, são potencialmente filósofos, pois não há ninguém tão insensível ou torpe que não tenha se perguntado alguma vez “ De onde venho, pra onde vou? Tudo se acaba com a Morte? Eu existia antes de nascer fisicamente?” E ainda “Por que me acontecem essas coisas, por que não sou mais feliz e por que há tantos infelizes sobre a Terra?... Se Deus é bom... por que?”
Estes são pontos de partida; o mal é que a maioria das pessoas ficam neles toda a vida e o pior é que até chegam a esquecer de alguns a medida que envelhece ou se “aburguesam”
NOVA ACRÓPOLE propõe reabrir os canais da Filosofia Clássica; a única que encontrou verdades logo mil vezes repetidas e não caiu em pensamentos de época e nem serviu de instrumentos à ignorância e nem a ameaça dos brutos. Sócrates é testemunha.
Nossa filosofoa não é contemplativa, pseudo-orientalista, e sim uma Maneira Ardente de encarar a Vida e o Enigma. O Ser Humano deve comprometer-se firmemente com seu Destino Histórico, com seus Antecessores Divinos, com seu momento atual, com o Futuro. Deve ser como um barco que com remos potentes supera a corrente da Vida, e não como um pacote de batatas fritas e lixo que são arrastados sem liberdade e nem honra ao lugar onde as coisas se apodrecem. Nossa Filosofia é uma Filosofia de Ação que nos mantêm eternamente jovens, conscientes de nossa imortalidade e de nossa alegria de vivê-la de instante a instante.
O que no mundo é ilusão? ... Nós sabemos... Mas como também essa definição está no Mundo, será por ela mesma ilusória. A chamada “Ilusão” pelos “orientalistas” não é mais que a Realidade em um de seus tantos aspecots ou facetas que colorem a Luz Una. A hipótese que a “ilusão” – versão muito pobre e deformada de “Maya” dos antigos hindus – idiotiza a muitos que chegam a acreditar que em alguma parte não está Deus, por exemplo na ilusão. Se estivesse certo, a Ilusão limitaria Deus ou a Realidade, coisa que é uma necessidade filosófica digna de quem não sabe nem manejar ao mais simples dos silogismos.
Observando aos Ciclos Naturais, ao ver o eterno retorno das coisas: desde às águas das nuvens, até a sucessão de dias e das noites e das estações do ano, percebemos claramente uma unidade de destino da Natureza e uma marcha constante e segura segundo um plano preestabelecido. Dentro deste plano está o Homem. Ele também nasce e morre... e volta a nascer... e volta a morrer. Assim, simples e certo. Todas as antigas Escolas Esotéricas afirmaram e todas as Religiões assim sustentaram desde o início, quando seus Fundadores irradiavam a Luz de Deus sobre os homens. Algumas conservaram ao nível popular remendos mais ou menos distorcidos dessa Doutrina ancestral, e outras a sepultaram em seus “Livros proibidos” e “Evangelhos apócrifos”... que se preocuparam em conservar em suas bibliotecas cheias de labirintos até que o momento oportuno para a reutilização desses argumentos “malditos”. A questão é que, para ganhar adeptos, muitos credos utilizaram o caminho de prometer muito pedindo muito pouco... E para essa política não era conveniente manter o conhecimento popular da reencarnação, pois esse conhecimento mostra um caminho amplo, tortuoso, onde impera a Lei de Causa e Efeito e de onde não se pode comprar absolvições nem regalias às pessoas notáveis. Aquele que se equivoca, paga seu erro, seja rei ou mendigo. O primeiro pagará mais caro, pois se supões que um rei tem melhores oportunidades que um mendigo... Toda coroa é de espinhos...
Esta nova filosofia Acropolitana liberará o medo da morte de milhões de pessoas, como já o tem feito com milhares, que crêem no que crêem e trabalham no que trabalham e seja no que for. É a antiga Seiva de Vida que volta a subir pela Árvore da Humanidade ressecada. E dará flores e dará frutos. E haverá novos ninhos e pássaros cantando no novo amanhecer, pois o Sol Ardente da Vida volta a se levantar, lenta mas inexoravelmente.

UMA NOVA PEDAGOGIA

Pedagogia não é simplesmente a “Arte de ensinar”, nem tampouco o intricado marasmo de técnicas subliminares – o que em bom castelhano poderia se chamar de piadas e enganos – e de cursos e contracursos onde já não se distingue o Educador do Educando. A verdadeira Pedagogia é aquela que ensina a despertar a própria capacidade de Aprender, de Experimentar e de Viver.
O ensino meramente intelectual já não serve. Tampouco a teoria do “bom selvagem” que inspirou a Pestalozzi. E as técnicas atuais têm-se mostrado mais ineficazes, pois as novas gerações tendem as estar mais desinformadas e culturalmente mais brutalizadas que as anteriores.
A Verdadeira Pedagogia é aquela que Educa sem deformar; Informa sem enganar; Instrui sem politizar; Desperta a Alma e as Potencias Interiores que existem em todo Ser Humano. A Pedagogia que propomos não faz diferenças econômicas nem racistas; da a todos a mesma oportunidade adaptada a cada possibilidade, mas sem forçar a ser iguais os diferentes, e sem construir uma ordem hierárquica artificial entre os semelhantes.
O Pedagogo, o Professor em sua mais alta expressão é um “Sacerdote do Saber” e um “Servidor da Verdade”. É o Farol que guia aos extraviados à noite da ignorância e a Luz que leva a manifestação das potencialidades subjacentes sobre as superficialidades tenebrosas e inseguras das perturbações. Esta Pedagogia Acropolitana não é um negócio pessoal, senão uma entrega de Amor a Humanidade. E como toda entrega, deve ser limpa e não esconder elementos contaminantes sobrecarregados de sectarismos. Haverá de se acabar com a poluição no ensino; as Universidades, os Colégios, não podem albergar elementos fora de suas próprias naturezas, e menos ainda do erário público ou dos pais dos alunos que se extraem dinheiro para promover partidos políticos ou posições marxisistas do século dezenove, ou de guerrilheiros criados entre as bananas e o cheiro da pólvora – quando não o da maconha.
A Educação não deve tampouco se limitar à mente, memorizando informações; os Homens não são computadores. Deve também se educar o coração e as mãos. Necessitamos que as gerações futuras sejam não somente inteligentes, e sim cuidadosas e trabalhadoras. Que não se confunda “tempo livre” com “ócio”. Já Platão nos falava deste “tempo livre” em sua divisão aconselhada sobre as horas que duram um dia, mas se dedicava aos “Ócios Divinos” que para ele eram o cultivo das Artes e da Reflexão Filosófica. A este queremos voltar mas não somos “nostálgicos”, salvo se nos chamassem de “nostálgicos da Verdade”, que isso sim, somo e muito.

PASSADO E FUTURO

No momento em que isso é escrito, está na moda, principalmente em Espanha, se contrapor o Passado com o Futuro, imaginá-los como antagônicos seguindo a doutrina caduca das contradições inevitáveis. Mas, essas aparentes “contradições” não são mais que causas e efeitos desencadeados. Na Natureza esses pares opostos são harmônicos e recriam as formas de vida, desde a valência dos átomos até o sexo dos humanos. O querer homossexualizar o mundo “superando as diferenças que galantemente se enfrentam é condena-lo à paralização, ao vício e a extinção.
Dentro do mistério do tempo, chamamos “Passado” ao que já temos vivido ou tenham vivido nossos descendentes. O “Presente” não e mais do que um artefato de conciência que vai correndo em um sentido ao Fio da Vida, que não faz desaparecer o que aconteceu e nem faz criar o que vai acontecer. Simplesmente o objetifica. Nosso relativo livre arbítrio pode modificar algumas formas de futuro, sobre tudo as enobrecendo. O passado já é invariável, e uma imagem reduzida da Eternidade.
Já dissemos muitas vezes que o Passado não deve versar como um peso e sim como um pedestal pra se alçar até o Futuro. Sem Passado não há Futuro. Dali a energia tremenda e saudável da Tradição, pois nela se acumula a força impulsora que nos empurra adiante. A soma de experiências, com suas lágrimas e sorrisos não se perdem jamais, assim como de fato nada se perde na Natureza, a melhor forma e mais antiga “economista” que conhecemos. De seus “depósitos” do Passado, extrai-se os “investimentos” do Porvir que formarão “depósitos” mais importantes, que darão maior possibilidade de “investimento” no Futuro. O importante não é desperdiçar essa riqueza, negando-a e a submetendo-a a revisões epidérmicas que não tem em conta os fatores de Tempo, Espaço e Direção-Unidade de Destino. Há de se dominar a Perspectiva Histórica pra chegar a conhecer as verdadeiras proporções que as coisas tiveram há 100 ou 10.000 anos. Que ninguém se ponha a improvisar sobre isso pois se equivocará.

O HOMEM NOVO

Ao ver o jornal diário superabundante de aberrações e violências que não perdoam nem Chefes de Estado, nem pessoa alguma, nem mesmo ao mais venerável Papa, se enchemos nossas buscas analisando e sintetizando os últimos séculos vividos por essa decadente Humanidade, se faz evidente e necessário uma regeneração profunda. Nossa Civilização degenera e o que antes eram elementos de Cultura e proteção foram convertidos em instrumentos do mal que promovem uma “Enanocracia” onde se trata de igualar cada vez à altura do mais baixo e do mais absurdo. O feio, o cruel, o contaminante, o covarde, o podre, prevalecem sobre os poucos valores morais que alguns insistem em manter contra uma grande onda de loucura coletiva.
Nunca houve tantos milhões de esfomeados, de criminosos e anormais no Mundo, dentro da História conhecida. Saturamos o planeta de sub-humanos que impõem seus instintos bestiais, sua arte suja, sua política estéril, sua ciência ao serviço das trivialidades, quando não de engenhos bélicos pavorosos. Nascem crianças monstruosas; circulam terrores supersticiosos sobre um fim do Mundo próximo; os ricos são cada vez mais absurdamente ricos e os pobres cada vez mais infra-humanamente pobres. Os Países chamaddos de “Terceiro Mundo” ou “Em vias de desenvolvimento”, não se desenvolvem nem estão quase no Mundo, afundando-se pouco a pouco em sua própria miséria e arrastando as nações mais avançadas a um mimetismo de suas misérias e frustações. A riqueza não traz distinção nem aristocracia, e sim corrupção; e a pobreza não está acompanhada pela humildade, e sim pela vaidosa demonstração de seus males.
Se querem conhecer a alguém sem esperanças dirija-se a um jovem, que é precisamente quem tenderia de te-las mas fortes e brilhantes. Entretanto, os velhos enxertam cabelos em suas carecas e se injetam almofadas artificiais para cobrir seus ossos já descarnados. A Humanindade participa, mais ou menos inconscientemente, de uma grande marcha contra as perspectivas de natureza futura nada felizes.
Diante desta situação que se agrava dia a dia, se levanta nosso Ideal Acropolitano como um solitário, mas, potente grito de esperança, ao qual se somam mais e mais vozes.
Nossa proposta de um Homem Novo é a encarnação desse grito de esperança. Não nos referimos a cores distintas de pele nem cabelos em racismo desfigurado e tampouco fazemos referência a “Povos Eleitos”. O que propomos é algo mais profundo e factual. Estamos cansados de teorias irrealizáveis e de afirmações de vazio historio, sem mais apoio que a língua dos desinformados fanáticos. Propomos uma regeneração paulatina da Humanindade a partir de um pequeno grupo-piloto que demonstre com seus resultados a eficácia e a possibilidade da renovação humana em todas as latitudes e longitudes. Esta regeneração parte do Espiritual, pois a crise de Espiritualidade é da qual mais padecemos, sendo todas as outras reflexo dessa.
“Buscai o Reino de Deus e todo o resto vos será acrescentado”: são palavras muito velhas, todavia, extraídas de outras mais antigas. Mas, seguem sendo válidas. Tão válidas como na aurora dos tempos e assim serão até o ocaso do Mundo. Conhecendo-se a Si Mesmo, o Homem conhece sua Essência Divina e a reconhece onde quer que esteja. A fé em Deus dúbia é substituída pela Evidência de Deus. Esta Mudança Interior, através da Alquimia Espiritual da Filosofia ativa Acropolitana, se reflete em todos os planos. Paulatinamente o Homem Interior ressurge inteiro e maciço de vivencia e força do fundo de Si Mesmo, e imprime sua marca em todos os pensamentos, sentimentos, palavras e obras.
Não é trabalho fácil, mas sim necessário.
Não existem armadilhas, nem truques, nem toques “mágicos” que podem regenerar ao Homem. É com seu próprio esforço, seguindo vias corretas à velocidade adequada que conseguirá. Por um caminho natural, pois o “milagre” só existe para aqueles que acreditam nele baseados na sua ignorância. Um fio incandescente conectado a uma bateria elétrica, foi “milagre” para as massas na antiga Babilônia, e a bússola era “milagrosa” antes dos marinheiros indo-árabes a popularizarem. Não oferecemos milagres; oferecemos soluções. E a melhor solução é o Homem Novo.
Não basta mudar o Muno, nem é necessário; com a mudança da perspectiva que o Homem tem do mundo, é suficiente. A Chave está no Homem e ele é, como diriam os Pré-socráticos, a “Chave de todas as coisas”.
Acionemos esta chave e escancaremos as Portas da História.

Venha Leitor, e atreva-te a marchar com o Novo Tempo!


***J. A. L.

(esse texto é uma das publicações de J.A.L nas revistas da Nova Acrópole)

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Questionário crítico para os diretores da seita Nova Acrópole

SOBRE...

O SÍMBOLO DA NOVA ACRÓPOLE

O símbolo da águia solar é um símbolo interno da Nova Acrópole?
Qual o significado desse símbolo? Qual a origem dele?
Há alguma semelhança entre o símbolo da águia citado e o símbolo do Nazismo?
Se vê o símbolo da águia solar com o machado, a pena e a tocha em todas as escolas acropolitanas para que todos os interessados o vejam no primeiro contato com a Instituição? Poderia mandar-nos uma imagem escaneada desse seu decalque da águia para colocarmos no blog?
Há alguma devoção em relação ao símbolo? Se faz a saudação de levantar o braço direito e dizer AVE! em direção ao símbolo citado montado como um estandarte?
Qual o significado dessa saudação AVE! dentro da Nova Acrópole?

O SÍMBOLO DO CORPO DE SEGURANÇA

O que é o Corpo de Segurança?
Existe mesmo esse símbolo?
O símbolo se parece com as runas Sig, usadas também pelos oficiais da SS nazista. Há alguma semelhança? São as mesmas runas? Qual o significado do símbolo como um todo? Ele é um símbolo público? Está exposto em qualquer sede da Nova Acrópole de forma que qualquer um possa ver no primeiro contato com a instituição?
Há algum treinamento físico feito pelos participantes do Corpo de Segurança?
Como acontece para que um indivíduo participe do Corpo de Segurança? Mulheres também pode?

O MACHADO

Por que os membros da hierarquia acropolitana usam o Machado de Dois Gumes como símbolo? Existe realmente este símbolo? Qual o significado dele?
Há alguma semelhança entre o Machado de dois gumes acropolitano com o símbolo usado por regimes facistas como por Vichy na França?
Esse é um símbolo que qualquer pessoa tem acesso quando tem contato pela primeira vez com a Instituição?

NOVA ACRÓPOLE E O IDEAL

O que é o Ideal Acropolitano?
O livro “O Ideal Político” é realmente um livro da Nova Acrópole? Os membros da Nova Acrópole estudam esse livro como matéria de Nível II? É um material de estudo ou é um livro falso?
No livro Cartas à Délia e Fernando há uma parte que sugere que “se tivermos que eleger o que devemos fazer, entre o que nós queremos e o que é válido ao Ideal, elejamos sempre o último”, porque devemos dar tanta importância assim para o Ideal a ponto de deixarmos o que nós queremos?
A Nova Acrópole tem objetivos relacionados à política? Que objetivos são esses?
Há dentro do Ideal Acropolitano a questão da raça ariana como estudada pela Teosofia? Há alguma relação entre essa raça ariana e a raça ariana buscada pelos nazistas? Ou tem outro significado essa raça ariana?

NOVA ACRÓPOLE E OS DEUSES

A Nova Acrópole é um projeto dos deuses? O que são esses deuses para a Nova Acrópole?
Há alguma comunicação entre DSG (Délia Steinberg Guzman) ou Beatriz Diez-Canseco com os deuses, alguma canalização que acontece principalmente na passagem de ano novo?
Sri Ram, antigo presidente da Sociedade Teosófica Mundial realmente testou os 3 discípulos teosofistas para que fosse montada a Nova Acrópole? Isso foi um plano de deuses executado por Sri Ram e em seguida assumido por JAL (Jorge Angel Livraga Rizzi)?

NOVA ACRÓPOLE E SERES INCORPÓREOS

A Nova Acrópole acredita que existam seres incorpóreos, como duendes, gênios de objetos e plantas?
A Nova Acrópole acredita que exista A Grande Fraternidade Branca, como citado no livro Introdução à Sabedoria do Oriente, estudado no Nível II?
A Nova Acrópole acredita que há resto Atlantes e Lêmures entre a humanidade? De onde vem essa informação?
Você Michel Echenique Isasa identificou algum deva do Amor e do trabalho na região do Módulo São Jorge, em São Francisco Xavier – São José dos Campos – SP?

NOVA ACRÓPOLE E A SOCIEDADE TEOSÓFICA

Por que os princípios acropolitanos são semelhantes aos princípios da Sociedade Teosófica?
É verdade que a Nova Acrópole é um projeto de Sri Ram que acreditava que a Sociedade Teosófica não cumpria com seus objetivos?
A Nova Acrópole tem estudos teosóficos? Se estuda os livros da teosofia como A Doutrina Secreta, Isis sem Véu como ramos de filosofia?
Por que a Sociedade Teosófica Mundial se posiciona de forma contrária à Nova Acrópole?

NOVA ACRÓPOLE E OUTRAS INSTITUIÇÕES

Qual a relação entre a Nova Acrópole e a Associação Hastinapura?
Quem é Ada Dolores Albrecht? Por que ela não está mais na Nova Acrópole?

NOVA ACRÓPOLE E PESSOAS

Miguel Martinez era mesmo um membro da Nova Acrópole e presidente da Nova Acrópole no Egito?
Pepe Rodriguez comete quais erros ao enquadrar a Nova Acrópole como seita destrutiva? E por que a Nova Acrópole perdeu o processo contra o Pepe Rodriguez?

NOVA ACRÓPOLE E O ESOTERISMO

A Nova Acrópole acredita na Tradição?
O que é essa Tradição?
Houve no passado alguma revelação dos deuses que a Nova Acrópole busca reencontrar?
A Nova Acrópole tem alguma relação com escolas ocultistas e de esoterismo? Há alguma matéria que estuda esoterismo, simbolismo? Quais? Há também alguns exercícios relacionados com esoterismo?

NOVA ACRÓPOLE E O DISCIPULADO

O discípulo deve obediência ao mestre? Qual é a diferença entre discípulo e aluno?
O que é a devoção dentro da Nova Acrópole?
Os acropolitanos fazem o cumprimento AVE! para o Estandarte da Águia, para Sri Ram, Madame Blavatsky, JAL antes de atividades relacionadas à escola?
Ao discípulo acropolitano é sugerido se desapegar de suas coisas, de sua personalidade, de suas coisas em nome do Ideal?
A primeira vez que você, Michel Echenique, entra em um recinto no dia os acropolitanos se levantam? O mesmo acontece para com outros Mandos Machados? Por que?

NOVA ACRÓPOLE E A FILOSOFIA À MANEIRA CLÁSSICA

Quais são as matérias estudadas em todos os 7 níveis acropolitanos? Há um curriculum a ser seguido?
Qual a diferença básica entre a filosofia à maneira clássica e a filosofia acadêmica?
O que são os moldes tradicionais que você cita em seu comentário? Por que são considerados tradicionais?
O que é exatamente o “aprender a viver! Não apenas pensar.” dentro da Nova Acrópole? Há algumas condutas morais certas e outras erradas? Cite exemplos.

MICHEL ECHENIQUE ISASA E A NOVA ACRÓPOLE

Na condição de um homem público como citou em seu comentário, qual é a sua profissão? Você tem alguma carreira profissional além da Nova Acrópole?
O que é o Ney Kung? Como você o desenvolveu? Foi no Chile, através de alguma canalização mediúnica?
Muitos acropolitanos dizem que há um vídeo seu pulando 16 homens de pé somente com o impulso das pernas, isso é verdade? Esse vídeo poderia ser postado no Youtube?

Michel, há algum interesse da Nova Acrópole ou mesmo seu de estabelecer uma faculdade de Políticas Públicas no Brasil? Qual a relação disso com a Associação Cultural Nova Acrópole e com o Ideal Político?

Nova Acrópole ameaça Papa, segundo serviço secreto italiano


sábado, 8 de novembro de 2008
Nova Acrópole nos jornais pelo mundo.

Essa matéria abaixo foi publicada no The Guardian no dia 18 de dezembro de 1999. É um jornal de grande renome na Inglaterra e com grande credibilidade em todo o mundo. Não posso dizer que a matéria é extremista ou não. Contudo, Franco Frattini citado na matéria é o responsável pelo conselho de segurança da União Européia. Clique aqui para o link da matéria original, em inglês.
Uma observação interessante é que a Nova Acrópole é citada como uma seita e realmente perigosa pelo serviço de inteligência da Itália...

Satanistas ameaçam a festa do Papa.

Rory Carrol, de Roma
Sábado 18 de dezembro, 1999, The Guardian

No topo do caos do transporte, banheiros insuficientes e a diminuição de peregrinos, os planejadores do fim de ano sagrado de Roma descobriram 3 coisas a mais para se preocuparem: satanistas, anarquistas e terroristas.
O serviço de inteligência Italiano avisou que grupos secretos podem tentar alguma violência na Praça de São Pedro na noite de Natal, quando o papa recebe com boas vindas os primeiros 20 mi de peregrinos.
Todos os setores do serviço de segurança foram colocados em alerta de um possível ataque por dois cultos do milênio conhecidos como Seguidores de Belzebu e Nova Acrópole, como disse Franco Frattini, o presidente do comitê de segurança do parlamento.Franco Frattini

Ele disse que Roma ficou em alerta essa semana por causa do aviso dos Estados Unidos sobre planos de ataques terroristas em locais não específicos durante as celebrações do novo milênio.
Centenas de milhares de pessoas se aglomeram na Praça de São Pedro para celebrar o jubileu da igreja Católica Romana, um ano sagrado a cada 25 anos. O Sr. Frattini disse que o evento é um dos alvos mais desejados de todas as festividades planejadas para a celebração do milênio.
O grupo Nova Acrópole se dedica a retaliar a morte de Giordano Bruno, um clérico acusado de heresia que foi queimado em Campo dei Fiori, 400 anos atrás. O Movimento Anarquista Italiano tem incitado seus seguidores a interromper as celebrações, e os serviços de inteligência encontrou sites na internet com instruções de como fazer bombas.
As autoridades e o Vaticano tentam garantir aos italianos e aos estrangeiros que será seguro visitor Roma.
As projeções de 30 milhões de peregrinos visitariam Roma no ano 2000 para verem o Papa foram revistas para 1 terço devido à publicidade negativa da preparação da cidade.

"AVE!" O cumprimento secreto da Nova Acrópole

Sabe-se que a Nova Acrópole tem inspiração no nazismo. Abaixo vai um post sobre esta relação de amor da seita com o movimento de Hitler.

Fica aqui somente a informação de como se dá o cumprimento dentro da Nova Acrópole e em comparação com o cumprimento Nnzista e com o romano e com uma outra também interessante.


O Cumprimento Acropolitano: AVE!
O Cumprimento Oficial aceito dentro dos Forças Vivas na Nova Acrópole, é o gesto com a mão e o braço estendido para cima, a palma da mão aberta formando uma linha uniforme. É chamado de a Saudação Romana e pode ser executada em várias variantes.
Em cerimônias solenes a pessoa se ajoelha com uma perna, toca o peito com a mão direita a area do coração e então, com força estende o braço para cima e para frente simultaneamente com um grito curto AVE! Dessa mesma forma se cumprimenta a bandeira acropolitana, o símbolo da águia e outros símbolos da Nova Acrópole. Membros do Corpo de Segurança (CS), devido a uma tradição privada, fazem um cumprimento mais vigoroso: ajoelham, se batem no peito com a mão em punho e gritam AVE! É bem alto, como uma exaltação de poder


Capa do Boletim do Corpo de Segurança da Nova Acrópole de Dezembro de 1977.

Antes de iniciar qualquer reunião, trabalhos ou assembléias de Forças Vivas todos os presentes levantam os braços levantam os braços e dizem AVE! O cumprimento é feito com objetivos militares.
Em encontros de Força Viva em condições normais (se não houver nenhuma pessoa estranha), de acordo com as regras internas, dois indivíduos levantam as mãos para si, cumprimentando e dizendo AVE!

O Cumprimento Nazista: Heil Hitler!

A saudação Nazista ou a Saudação de Hilter consiste no braço direito levantado em um ângulo de aproximadamente 45 graus na horizontal e ligeiramente na lateral, e acompanhado quase sempre da exclamação das palavras Heil Hitler! Normalmente dito com a voz alta. No caso de uma pessoa saudar a outra, as palavras são pronunciadas ao mesmo tempo.

Cumprimento Nazista em Reischtag , em Março de 1938
Embora os fascistas italianos associassem a saudação com Roma antiga, Hitler e Heinrich Himmler da SS, acreditaram que ela se originou dos antigos povos germânicos.
A reivindicaçõão de Hitler e Himmler eram justificadas, pois os historiadores discutiram por muito tempo que gestos similares à saudação romana já eram usadas na coroação de reis alemães antigos.As ilustrações que reconstroem tais eventos, e mostram a saudação, datam de meados do século XIX.
A saudação romana, no qual a saudação de Hitler foi baseada, foi usada em muitos países diferentes para muitas finalidades diferentes antes da Segunda Guerra Mundial. Por exemplo, a Saudação de Bellamy, usada como garantia de fidelidade nos Estados Unidos no século XIX, e no século no inicio do século XX, era uma versão da saudação romana com algumas similaridades à saudação nazista. Veja mais abaixo.
O uso da saudação e das frases do acompanhamento foram proibidos por lei na Alemanha e na Áustria desde o fim da segunda guerra mundial. A saudação é usada atualmente por grupos neonazistas.

O Cumprimento Romano: AVE!

Apesar do nome do gesto, é obscuro se os romanos o usaram como uma cortesia militar; a interpretação atual como uma “saudação” parece ter surgido recentemente. A associação do gesto com a cultura republicana romana parece ter emergido no século XVIII na França com movimentos revolucionários anti-monarquicos. Diversas pinturas no estilo neoclassico descrevem os heróis romanos que adotam variações do gesto.

O juramento dos Horácios (1784), por Jacques-Louis David

A Saudação de Bellany
Saudação de Bellamy é o gesto de mão descrito por Francis Bellamy (1855-1931), claramente baseada na saudação romana, em que se ergue o braço para cima para acompanhar a garantia americana de fidelidade. Durante o período que foi usado como garantia de fidelidade, também era usada às vezes como “saudação à bandeira”. Foi usado primeiramente em 12 de outubro de 1892 de acordo com instruções publicadas de Bellamy para “a celebração nacional da escola do dia de Columbo”.
Foi substituída pela mão no peito pelo presidente Roosvelt devido a semelhança com o gesto Nazista.

Saudação de Bellamy em uma escola americana.
Conclusão

Vemos que a Nova Acrópole não pode se caracterizar como neo-nazista somente pelo uso do cumprimento. Contudo, ao ocultar o cumprimento,limitando-o aos círculos internos, dando conotações religiosas do tipo “O meu sagrado cumprimenta o seu sagrado” ela insere a saudação em um âmbito obscuro, passível de caráter religioso e até mesmo neo-nazista se combinado com outras perspectivas que não se conhece da instituição.
Com o cumprimento a Nova Acrópole deixa de ser somente uma Associação Cultural, ou uma escola de filosofia clássica (aliás, o que é essa filosofia clássica?) e começa a penetrar nos meandros do esoterismo ariano, teosófico, tão inspirador para o próprio movimento hitlerista.
O que é a Nova Acrópole afinal?Por que ela insiste em ter um cumprimento oculto sendo somente uma escola de filosofia?

Nova Acrópole, a seita (por Pepe Rodriguez)

Nova Acrópole, a seita
Pepe Rodriguez

A Nova Acrópole começou a ser descoberta como uma organização neonazista ou de caráter nazista após a elaboração de uma reportagem chave com vários desdobramentos de Pepe Rodriguez. A reportagem foi publicada em 13 de maio 1985 na revista Tiempo na Espanha. Eis a tradução do texto.

Para obtê-la original clique aqui. Essa reportagem gerou muita polêmica e reação contrária da Nova Acrópole, que no entanto, perdeu todas as ações judiciais contra o jornalista e ainda sofreu intervenções judiciais e policiais levando a algumas condenações. Mas segue a matéria traduzida.

A Comunidade de Madri subvenciona uma seita nazista






Castelo de Santiuste, propriedade de Enrique Calle, local de encontro dos membros da Nova Acrópole.



A Administração socialista subvenciona a associação de caráter cultural e juvenil Nova Acrópole, uma vez que os informes do Ministério do Interior assinala o objetivo nazista da citada organização, que vê seus cofres encrementados anualmente pelo Governo autônomo de Madrid, entre outros organismos de caráter oficial.

No dia 5 de março passado – Ramiro Pinto – ex-membro da Nova Acrópole – fora convidado a dar uma palestra sobre sua experiência no Instituto Superior de Filosofia Valladolid ( no marco de 1 ano de patrocínio pela Delegação Municipal de Juventude e pela Fundação Friederich Ebert). Mas Ramiro não pode se apresentar, estava em “paradeiro desconhecido”. Onze dias antes participara de um debate, junto com outros ex-membros de diversas seitas transmitido pela televisão.

A reação da Nova Acrópole não se fez esperar: um dos líderes da seita advertiu ao pai de Ramiro o mal estar que as palavras de Ramiro e comentou que “em um grupo sempre há gente incontrolável que não se sabe o que podem vir a fazer”. A ameaça velada não podia estar mais clara, mas a Polícia se limitou a aconselhar que Ramiro “desaparecera por uns dias”.


Cerimônia dos Jogos Olímpicos acropolitanos. (vejam que imponente o símbolo da NA)

Nova Acrópole se apresenta como uma organização cultural e humanista, registrada no Ministério do Interior com o número 14.741; em seu expediente não figura nenhum de seus dados que, inutilmente, se amontoam em outro departamento do mesmo Ministério e que segundo tais se cataloga como de caráter nazista. Mas tal perfil político não é obstáculo para que a Administração socialista financie algumas de suas atividades. Nova Acrópole através de suas ramificações Asociación Juvenil La Tabla e Círculo de Amigos da Nova Acrópole (dedicada a terceira idade) consegue subvenções como por exemplo, a que lhes dá Área de Juventud de La Comunidad Autônoma de Madrid, um aporte de 20.000 pesetas anuais.

"No Castelo de Santiuste, na província de Guadalajara, Nova Acrópole oculta um bom número de armas"

La Tabla (A Távola no Brasil) – criada em 1980 – relaciona entre suas atividade acampamentos, excurções, escola de teatro, oratória infantil, música, dança, artes marciais, etc, “coroando todos” – diz um de seus folhetos – "com uma profunda formação ética". Os membros da La Tabla são adolescentes em idades entre sete e catorze anos e sua 'educação ética”se alimenta dos conceitos como os seguintes extraídos do livro Cartas a Délia e Fernando: ‘Para isso lhes ensina ética e bons costumes; para ele se sensibiliza vossos corações em respeito a todos os seres viventes e lhes diga que é maior crime matar a um cão do que um homem por uma causa nobre... O “não matarás” deve ser mantido:até que não seja estritamente necessário.” (página 145). No Manual do Dirigente (texto secreto usado somente pelos líderes da seita) na sua página 86, seu autor, Angel Livraga, fundador da seita, propõe que a seus discípulos se deve “estimular a todos a vocação pelo risco e a depreciação pela vida física, pelo qual se dará a honra. “ Não em vão, todos um dia passarão ao Corpo de Segurança – cujo lema é “ saber orar, saber morrer” – semente daquilo que um dia deveria ser o exército acropolitano.


O Organograma Secreto
Nova Acrópole é uma estrutura piramidal muito rígida e oculta aos próprios adeptos de base (“velada como se vela a luz muito forte diante dos olhos de um recém-nascido”, se diz no Manual do Dirigente). Os mandos têm uma dupla nomenclatura: uma interna e outra externa. A ponta ocupa o comando Mundial (externamente denominado fundador ou diretor geral), que é Jorge Angel Livraga Rizzi – filho de uma família italiana que foi para a Argentina quando Mussolini caiu. – Segue o Guardião dos Selos (subdiretor geral) , os Comandos Continentais ( diretores continentais), Comandos centrais (diretores nacionais), secretários nacionais federais (mesma nomenclatura externa), Comandos Unificados de Zona (encarregados de região), e os chefes de filiais.



Délia Steinberg Guzmán, responsável pela organização na Espanha e no resto da Europa


O Comando Central da Espanha, ao mesmo tempo , Comando Central da Europa é a argentina Délia Steinberg Guzman – instalada na Espanha desde 1972 para expandir a seita pela Europa – que afirma com o melhor dos seus sorrisos:“Nossa tão gloriosa estrutura pára-militar é que temos um conjunto de meninos que se dedicam à segurança da estrutura, que nos parece bastante apropriado para a quantidade de gente que participam de nossos atos”. Tal resposta diplomática é bem distante do parágrafo que transcrevemos, pertencente ao boletim interno do Corpo de Segurança de dezembro de 1977 e que se diz: “Todavia estamos longe da guarda da Roma Imperial e do exército de Napoleão, somos muito consciente disso, mas devemos saber que somos o embrião de uma e de outra, que chegará um dia que o Corpo de Segurança será um grande exército, uma grande força.” O doutor Antônio Alzina, que se auto-convidou para a entrevista –esquecendo-se de se apresentar como o chefe de inteligência que é – traz sua pequena cortina de fumaça ao afirmar : “não somos nem facistas, nem nazistas, nem comunistas, nem democratas, nem nada”. Se vê cortado, olhado por Délia como buscando permissão para seguir falando e conclui orgulhoso: “somos acropolitanos”.

No boletim interno correspondente a janeiro de 1976 se lê sobre um “eleitorado que há mais de quarenta anos arruinou a Espanha e da qual não salvou a ideologia providencial de um José Antônio e a Ação eficaz de um Francisco Franco”. Vê-se claro que pelo menos não são nem comunistas e nem democratas. Tendo em conta, ainda, as linhas doutrinárias de Livraga, seu amor pelos uniformes (calça azul e blusa branca, das Brigadas Femininas; calça marrom e camisa caqui, das Brigadas de Trabalho; e camisa e calça pretas do Corpo de Segurança), pelos braceletes, pelos estandartes, pela saudação com o braço levantado, pela simbologia (dizem que seus símbolos estão em descanso, mas, quando chegar o momento de atuar a roda da Brigada de Trabalho se transformará na Suástica, e a águia acropolitana estenderá suas asas como a águia nazista), não deixa muita margem para a dúvida. A Administração está financiando as atividades de um grupo neonazista ou de caráter nazista.

Délia faz cara de blefe quando se fala de armas e de treinamento físico pára-militar. “Eu, pessoalmente já convidei as autoridades a revistarem a sede quando quiserem. Não se pode ser filósofo como eu me coloquei com uma postura tão radicalmente oposta, com uma atividade que você está me colocando. Essas atividades realmente não existem.”


Um castelo com armas

Délia e Livraga vivem em suas casas privadas longe da sede na Gran Via de Madri. Um de seus ex-colaboradores mantêm uma opinião distinta: “A JAL – assim se conhece Livraga – encanta jogar com os soldadinhos e eu vi na parte privada da escola quatro ou cinco pistolas mas ignoro de que eram. Toni Chao era seu guarda-costas e sempre levava uma pistola calibre 9 mm sob o braço. Também vi como Jal levava uma pistola pequena (se supõe de calibre 7,22mm) no bolso interno do casaco. Em 1980 Tony viajou expressamente para a Bélgica para comprar uma determinada pistola que Jal havia indicado. De todas as formas não se tem dinheiro para ter armas em série, o que lhes encantaria. E não creio que os jovens se entretenham com armas. Jal não é tão idiota para se arriscar que algum garoto comentasse fora da estrutura”.


"A sede internacional da organização está em Bruxelas e conta com 10.000 adeptos repartidos em 34 países"


Estes fatos remotam 1981. Neles é peça chave Antonio Chao Fernandez, um homem vinculado a Legião e círculos militares, que trabalhou como jornalista na TVE e que pertence à Nova Acrópole desde 1973, da qual foi secretário nacional machado – ser um Machado que só é concedida por Livraga em virtude de méritos suficientes – até muito pouco tempo (agora se diz aposentado, mesmo mantendo contatos freqüentes com Délia e Livraga) foi casado com a Comando Central de Luxemburgo e teve em seu cargo fazer contatos exteriores especiais – à margem das chefias de inteligência – com os líderes máximos. Chao comenta que teve licença para arma curta até oitenta ou oitenta e um, mas que ao envelhecer entregou também sua pistola. Contudo, em fevereiro de 1980, Chao comprou um revolver calibre 7,22 mm na loja de armas Ramón Alonso; arma que segundo o armeiro, Chao o devolveu depois de somente alguns meses para tentar vendê-la. Chao também foi o guardião de Santiuste, castelo que pertence a Enrique Calle Donoso, simpatizante da Nova Acrópole – e conhecido na seita como el Duende – que o cede ao grupo para que façam cursos e atividades em troca de que a Brigada de Trabalho o reconstrua. Enrique Calle comprou esse castelo em Riba de Santiuste (perto de Singueza) no mesmo lote que Galvez de Sorbe e o da Alcolea de las Peñas. Pagou umas 130.000 pesetas por cada um em fevereiro de1973.


Das ruínas de Santiuste agora já se ergue um castelo francamente bonito, construído graças aos jovens acropolitanos, que se esforçaram pelo Ideal. Apesar de Délia assegurar que no inverno jamais vão ao castelo fazer atividades, no dia 26 de janeiro do ano passado foram ao castelo uns 30 adolescentes da filial de Zaragoza, momento o qual, esse jornalista pode fazer uma pequena visita pelo seu interior. Em uma dependência, cercada por uma parede havia uma carabina Remington e outra Winchester, ambas com o calibre 22 mm e uma de ar comprimido. Como munição havia cerca de setenta ou oitenta balas do calibre 22mm e outras poucas de 9mm. Na parede ao lado havia um painel decorativo formado por umas vinte facas, um facão, um fusil Mauser, um Cetme sem culatra e diversos antiquarias.

Decoração "filosófica" de uma das paredes do castelo


Essas armas estavam ao alcance de qualquer adolescente que podia chegar a elas só passando as portas que as ocultam. Em outras dependências encontramos escudos abaulados e espadas sujas devido ao treinamento de Cavaleiros dos membros mais jovens do Corpo de Segurança e da La Tabla.


Uma Multinacional com um Ideal
Nova Acrópole com sede internacional em Bruxelas está instalada em 17 países europeus e outros tantos americanos, e conta com 10.000 adeptos. Na Espanha em 27 províncias e são ao redor de 1.000. Seu ideal e sua meta é fazer de cada homem um acropolitano, objetivo idêntico que Hitler perseguia com seu modelo de raça ariana. Livraga no seu Manual do Dirigente (página 50), explica: “Essa estrutura se alimenta de homens e aos aptos se transfunde ao grande corpo, em sua grande alma, para torná-los, de alguma forma, superhomens. Essa é a tal dolorosa lei. Os inaptos devem ser deixados para trás. Eles serão apanhados por alguma estrutura pequena que come carne podre.'

Sobre as crianças, na Nova Acrópole se pensa que deve-se entregá-los aospedagogos (instrutores da seita, evidentemente), já que nem todos os pais são aptos para educá-los corretamente. Se recomenda que “as crianças estejam convenientemente uniformizados ou pelo menos vistam uniformes apenas dentro dos nossos recintos” . Os professores e outras pessoas auxiliares devem também ir uniformizados. A manipulação a que se submete as crianças está claramente desenhada no Manual do Dirigente.


Militantes da seita descarregando lenha nas portas do castelo que devem reconstruir.

Estes, como todo o resto, são usados como mão de obra gratuita. O artigo oitavo do Regulamento para Membros impõe como se deve participar do trabalho formativo por pelo menos 12 horas mensais e ainda; “O trabalho formativo pode ser substituído ao todo ou em parte por uma cota extra de maneira proporcional. Cada hora de trabalho realizada incrementará a cota em 8%.” Cada adepto ainda paga quantidades distintas sob o conceito de cotas e cursos. Sobre a rígida disciplina o artigo dez do mesmo regulamento é eloqüente, que obriga a “abster-se de toda a crítica ao dirigente, instrutores e companheiros. Aos primeiros, em todas as questões; aos últimos ao que se refere a questões pessoais". Igualmente eloqüente sobre sua ideologia é o parágrafo seguinte, extraído da página 106 do Manual do dirigente, em que se diz que, em caso da estrutura parar seu crescimento se deve “canalizar a propaganda interna a um passo adiante, e se for imprescindível, assinalando a alguma ideologia exterior como o materialismo dialético, em alguma de suas formas políticas mais agressivas, como ao inimigo que com sua ação debilita a consciência, fazendo-se indiretamente responsável pela paralização e exagerando o perigo que essa ideologia representa, de maneira imediata, para a Nova Acrópole". Sobre seu sectarismo este outro parágrafo do mesmo manual: “um convite aparentemente inocente para seguir cursos e conferências é mais proveitoso do que a exposição violenta de símbolos misteriosos ou sentenças enigmáticas”. Traduzindo, a parafernalha nazista fica para a intimidade. No externo se vende cultura, e no interno criam o ideal.

Os perigos da Nova Acrópole

OS PERIGOS DE NOVA ACRÓPOLE

(Ante scriptum: Ou leia diretamente aqui a conclusão: "Dentro desses parâmetros, claramente descritos a Nova Acrópole realmente pode ser considerada uma instituição religiosa. O caráter destrutivo e neonazista serão analisados em outro texto. Quanto a possíveis contra-argumentações sobre seita ou não, podem fazer o alarde que quiserem. (...) Mas não se deve esquecer que com esse breve relato da vivência e texto acropolitano já se pode aferir que a Nova Acrópole é tudo, menos uma mera Associação Cultural de curso livre de filosofia." Ou o texto integral a seguir.)


Nova Acrópole é considerada por muitos no Brasil como uma associação cultural, mas na verdade é uma seita destrutiva. Primeiramente o que se caracteriza uma seita, e em que relação a Nova Acrópole se enquadra nesse sentido? Em segundo momento analisaremos o que na Nova Acrópole acontece para que ela seja considerada um culto destrutivo.

O sectarismo “não é de nenhuma maneira um problema religioso. É o uso e abuso de maneira consciente ou “automática” das leis que regem o comportamento humano, tendendo adquirir poder ou controle sobre os demais, obtendo desse modo benefícios econômicos, sexuais e ou sociais entre tantos outros logros."

Primeiramente, o que se caracteriza uma religião seria:

1. Crenças, práticas e instituições relacionadas com:a. Forças , seres ou metas sobrenaturais;
b. Um poder— ou poderes — invisível e superior;
c. a preocupação com os fins últimos do ser humano;
d. aspectos sagrados (elementos reservados e ou proibidos);
e. um objeto de devoção espiritual;
f. uma entidade que controla o destino do ser humano;
g. o âmbito do ser;
h. uma fonte de conhecimentos e sabedoria transcendental.

2. Práticas que supõem comportamentos de obediência e reverência ou culto.
3. Caráter coletivo ou grupal da expressão da vida religiosa.


Vamos analisar cada tópico e relacioná-los com a Nova Acrópole, citando trechos de seus textos e das palavras também auditas durante a vivência acropolitana.
A Nova Acrópole não se considera um culto, ou uma religião ou mesmo uma seita. No entanto, suas condutas e seus preceitos acabam por caracterizá-la dessa forma. Por exemplo, cada um dos tópicos relacionados acima agora demonstrados frente a Nova Acrópole:

1. Crenças, práticas e instituições relacionadas com:
1.a. Forças , seres ou metas sobrenaturais;

Para os iniciantes, aqueles que ainda não terminaram o chamado “Primeiro Nível” dos estudos acropolitanos a Nova Acrópole é uma Associação Cultural que tem como o objetivo construir um mundo novo e melhor. Muito poético isso. Quando se termina o primeiro nível tem-se a apresentação um pouco maior do que é realmente a Nova Acrópole, mas não algo que lhe possa dar claramente juízo de valores sobre a organização ( é o curso chamado “Transpasso”). Mas se comenta por exemplo, dos Mestres do Mundo, demiurgos, duendes e deuses com muita freqüência. Ainda nas primeiras aulas, ou doutrinação do Primeiro Nível se diz por exemplo de Ética e Moral atemporal, e logo depois se fala de constituição septenária do ser- humano. Até ai tudo bem, diriam os acropolitanos, estamos estudando uma filosofia diferente. No entanto, começa –se a dizer sobre os Kuravas e Pandavas (a concepção do que podemos chamar de “pecado acropolitano” ou o que vai gerar o remorso no futuro provacionista). Não se dá aqui, somente do que se fala e sim do modo como são tratados os assuntos.



Um demiurgo

Na página 13 da apostila de Primeiro Nível, ou no 2° parágrafo do subtítulo Constituição Septenária se diz “ Se, para fins de estudo, reconhecermos sete componentes no homem, não esqueçamos de que não se tratam de divisões físicas mensuráveis, mas de diferentes motores que anima o ser vivo.” . Começa aqui a implantação da “teologia” acropolitana, que vai gerar a dependência num futuro breve do neófito. No próximo parágrafo já se comenta através da variável subjetiva da importância do número sete na natureza. Ainda comentando sobre a idéia de força sobrenatural somente nesse módulo I de Ética do Nível I temos na página 16, ou na última página da apostila o seguinte parágrafo: “Passar do perecível ao imperecível, do quaternário aos princípios superiores, implica um sacrifício que poderíamos conceber como um trabalho mais próprio do homem: a conquista do Ser. É uma possessão que não corre o risco de perda. Se nos apropriarmos do que é eterno, desaparecem totalmente o temor e a angústia. Mas nós falamos de sacrifício porque certamente é doloroso arrancar a venda dos olhos e contemplar a clara luz do dia, a pura luz da verdade.(...).” Aqui fica claro a crença acropolitana numa força superior e sobrenatural que rege o corpo do indivíduo, dividindo-o em sete partes, e propõe através do sacrifício (palavra que eles denotam como “sagrado ofício) a busca da parte superior dessa divisão com o objetivo de se “converter em super-homens cada vez mais parecidos com Deus, do qual surgimos”.[2]



Para aqueles que concluem o primeiro nível e passam pelo ritual de iniciação que é chamado pelos acropolitanos de “Formatura” vai se receber um “Diploma de Honra” onde se tem uma Oração do Homem Novo de Jorge Angel Livraga, (fundador da Nova Acrópole junto com sua esposa, Ada Albrecht). Nessa oração tem-se as seguintes palavras no final: “se reconheces que todo o visível e mensurável/ é a sombra do invisível e incomensurável;/ Se dás prioridade ao espírito/ sobre a carne passageira// se reconheces tudo isso.../ o homem novo és tu!”. Podemos estar falando simplesmente de um conjunto de crenças, certo? Mas acho que não podemos deixar esquecer que Nova Acrópole é uma Associação Cultural e não um culto... Será mesmo? Continuando...



E os seres sobrenaturais que regem a Nova Acrópole? Bem, vale ressaltar uma estorieta que é falada com muito orgulho, e com tom extraordinário e místico aos ouvidos dos que vão ao Módulo em São Francisco Xavier, distrito de São José dos Campos - SP. Conta-se que o lugar foi escolhido por Michel Echenique Isasa, Diretor da Nova Acrópole na América do Sul e controverso mestre de artes marciais, porque ele conseguiu identificar a presença de um Deva[3] ali na região. Seria o Deva do Amor e do Trabalho, o que combinaria perfeitamente com o ideal acropolitano. Mas não querendo me passar por alguém que cometeu simplesmente um erro de compreensão de uma história contada, ou para dizer que a história é mentira prefiro então me ater a textos internos da própria Nova Acrópole.

Não quero entrar nesse texto ainda em matérias do segundo nível para que aja possibilidade de constatação mais direta de todos, e não somente dos chamados “provacionistas”. Pois bem, no Nível I, filosofia da História Módulo III- tema V se fala de Dharma-Kharma, Buda e a Libertação da História. Na página 242, 2° parágrafo lê-se: “Pois se os Deuses nos pudessem libertar já o teriam feito, sem condições nem contratos prévios, por simples Amor. Mas eles não podem fazê-los. Os Deuses e os Mestres podem unicamente nos ensinar a via que eles mesmos percorreram antes de nós, mas que não podem percorrer por nós”. Aqui pode-se ver que a Nova Acrópole acredita em Deuses e Mestres superiores e sobrenaturais. A própria organização se diz um plano dos Deuses[4] para preparar o mundo para a sexta sub-raça, a raça ariana.


Capa do livro de JAL sobre Elementais



Temos ainda o livro de Jorge Angel Livraga, Os Espírito elementais da Natureza, dedicado a um gnomo que era um amigo pessoal do autor. O livro dá conselhos de como visualizar elfos e fadas (o material é basicamente tirado de velhos textos Teosóficos, especialmente dos escritos mais criativos) e é atualmente apresentado como um livro de ecologia muito lido pelos integrantes do GEA (Grupo de Ecologia Activa), o braço pseudo-ecológico da Nova Acrópole. Vale ressaltar, apesar de querer evitar para não dificultar o acesso à confirmação, na apostila de Nível II sobre Introdução à Sabedoria do Oriente o Tema XIII, Zoologia fala de uma lista vasta de seres sobrenaturais que regem o fogo, do ar da água e da terra, os elementais. Sim, Nova Acrópole realmente acredita em Duende e em fadinhas, desculpe-me digo Silfos. Lembrem-se Nova Acrópole se diz uma Associação Cultural. Vale ainda dizer o cuidado ridículo que os acropolitanos passam a ter com seres inanimados. Dão nomes próprios a plantas e a carros. Qualquer objeto tem seu gênio, ou elemental que rege sua existência.

O mais controverso de tudo, e que é a ponta máxima de objetivos da Nova Acrópole, que tem como slogan “Construir um mundo novo e melhor” é a preparação da terra para uma nova raça. Na apostila do curso de Nível II, Introdução à Sabedoria do Oriente temos o tema III, ou antropogênese oculta. Ali comenta-se da Sexta Raça:


Desenvolver-se-á a partir de da hoje nascente sexta-sub-raça da quinta raça. Terá por base a América do Norte e um continente polinésico que surgirá pouco a pouco das águas(daqui há muitos milênios), ao mesmo tempo que uma parte da Ásia e da Europa ficarão cobertas.



Desenvolverá um sexto sentido que será a clarividência, ou seja, a percepção das coisas hoje invisíveis e distantes, aptidão de grande utilidade na investigação científica, que será mais racional do que agora(...)

Ainda comentando dessa nova raça e onde se relata mais detalhadamente o objetivo de Nova Acrópole temos os boletins mensais chamados Bastion. Só lhes são permitidos ler aqueles que completaram o Nível I. Então aconselho a ler o Bastion n° 3 e 106 onde Jorge Angel Livraga comenta sobre a raça ariana.

Sobre a quinta raça, que seria a qual nós, meros mortais e não-acropolitanos pertencemos, tem-se um trecho também digno de nota: “Constituem hoje a assim chamada raça-branca e ainda são numericamente inferiores, embora já dominem decisivamente os restos Lêmures e Atlantes que, com o correr da evolução e novas mudanças da natureza, irão desaparecendo.


Acho importante citar um trecho ainda que explica o que são as raças, ou os restos, Lêmures e Atlantes para a Nova Acrópole: “Hoje, a maior parte da população é de origem Atlante pois ainda se conservam bem organizadas as sexta e sétima sub-raças, que são os Chineses-Mongóis e os Japoneses respectivamente. Os indígenas americanos, Lapões, Árabes, entre outros, são fragmentos de outras sub-raças e tribos Atlantes que sofreram mutação. Isto não surpreenderá muito o leitor se souber que ainda subsistem formas muito modificadas das Humanidades Lêmures, que constituem os negros em geral e algumas tribos africanas e australo-polinésicas, em especial. "[5] Acredito eu, que não é necessário explicar mais o que os dois últimos dois trechos dizem, precisa? Bom, para não arriscar e não deixar a conclusão para os que já tiveram a mente clareada, Nova Acrópole, realmente, é a favor dasupremacia racial branca.

Outro tópico para explicar que Nova Acrópole é uma religião:

1.b. Um poder— ou poderes — invisível e superior;
Nova Acrópole, além de se dizer uma organização baseada nas concepções dos Deuses e que foi fundada por JAL (Jorge Angel Livraga Rizzi), se esquecendo em seus textos oficiais totalmente da esposa de JAL, a Ada D. Albrecht, ou ADA. Na hierarquia dos Deuses, a expressão de suas vontades seria o ideal político que a Nova Acrópole vai empregar, primeiramente em seu próprio âmbito e depois em toda a sociedade. Esse desígnio se deu pelo então presidente da Sociedade Teosófica Mundial Sri Ram. Este recebeu a ordem direta dos deuses para estabelecer a Nova Acrópole no mundo, e testou três discípulos para a tarefa, onde JAL conseguiu o desígnio[6]. Em vários momentos nos textos acropolitanos, esses mesmos de circulação livre a presença de tal hierarquia ou poder invisível ou superior é citado. Tal hierarquia é chamada pelos acropolitanos experientes, como a Grande Fraternidade Branca.



Na apostila de Nível II — Introdução à Sabedoria do Oriente na página 107 ou o tema VIII temos uma breve explicação do que é segundo Jorge Angel Livraga Rizzi a Grande Fraternidade Branca:

“ (...) O certo é que, através de algumas insinuações dos Grandes Mestres da Humanidade, chegou-se a conhecer a existência — absolutamente lógica— de um Governo do Mundo ou Hierarquia Planetária, formada pelos Deuses e por Aqueles que superaram a etapa humana. Assim, só os seus componentes a conhecem e nós, humanos vemos apenas as sombras confusas que se contrapõe a tão intensa Luz.

Por outro lado, já falamos da Tríade Planetária formada por Mahachohan ,Budhisatwa e Manu; eles são os três Reitores das raças humanas e formam em conjunto o chamado “Coração Flamejante da Hierarquia”. Como coroa resplandecente, rodeiam-nos os Gloriosos Adeptos que completaram a Quarta Iniciação Planetária, ponto culminante da Evolução desta Humanidade na Cadeia Terrestre. À sua volta, cada vez mais afastados hierarquicamente do “ Coração”, estão os Iniciados de Terceira, Segunda e Primeira Iniciação. E constituindo o último e o mais ínfimo elo entre os Deuses e os Homens, estão os Discípulos Aceitos, após os quais se vêem os Discípulos em Provas, os Filósofos, os Idealistas e o restante da Humanidade. (...)”


Se ainda quiser insistir que tudo não passa de um estudo que acontece dentro da Nova Acrópole de uma filosofia que normalmente não se dá em universidades conceituais porque estas estão sob o flagelo da temporalidade, argumentação aceita. O ponto que diferencia entre um mero estudo e uma crença acontece quando aquele que foi iniciado no Nível II da Nova Acrópole, sempre antes de iniciar seus trabalhos nas dependências da organização, ou em nome da organização, faz uma reverência aos mestres[7], JAL, Blavatsky, Sri Ram, ao estandarte da águia[8], e à alguns outros elementos postos numa espécie de altar numa sala reservada, elevando-se o braço direito estendido sobre a cabeça, e dizendo “AVE!”.


É relevante ressaltar ainda uma experiência para se dizer mais sobre esse poder invisível. Lembro-me que o meu mestre(no caso um reles chefe de uma escola) numa ocasião nos alertou sobre os desígnios ruins daqueles que fossem contra a Nova Acrópole, porque estaria indo contra uma obra dos Deuses. Esse, que seria contra a Nova Acrópole, muito sofreria pela ira dos Deuses.


Em outras muitas passagens a referência a Deuses e mestres é muito comum. Acontece de uma forma tão imperceptível e natural que acaba gerando inverdades sobre alguns pontos discorridos. Sugere o que chamamos de estímulo paradoxal, porém o paradoxo passa desapercebido, enganando o raciocínio lógico e atingindo diretamente o inconsciente do candidato a discípulo. Esse além do aspecto de vislumbre que está submetido por ouvir sobre coisas e filosofias que jamais imaginara, torna-se uma presa fácil para a estrutura acropolitana. Vejamos alguns exemplos na apostila de Nível I.



O módulo IV de Ética, na apostila de Nível I, fala-se de Buda. Na parte “A Vida de Buda: resumo” no último parágrafo da 1ª página(pg 56) desse tópico temos“(...) diz-nos a história que os deuses agiram de uma forma tal que o príncipe compreendeu plenamente o curso que deveria dar a sua existência.” Provavelmente você que nunca estudou budismo de uma outra forma não percebe o que chamamos de estímulo paradoxal. Na história de Buda não se menciona a ação de deuses. Á não ser na versão Acropolitana. Logo no parágrafo seguinte tem-se o pensamento de Buda de forma direta, sugerindo palavras ditas por ele próprio: “Que sentido tem essa vida de todos nós?” “ Por que a Divindade dá a vida e ao mesmo tempo tanta dor?” Aqui se tem a personificação da Divindade como alguém, como um sujeito. Isso contraria uma idéia classicamente falada sobre o budismo da despersonificação da divindade, ou seja, a divindade não é alguém.



Ainda sobre o mesmo texto tem-se no 3° parágrafo da página 57 : “ Assim fortalecido, e sob o amparo da árvore Bodhi, a árvore da sabedoria, após superar as provas recebeu a iluminação que o libertou para sempre dos laços do nascimento, da velhice, da enfermidade e da morte.” Como é bonita a estória de Buda. Só que tem uma coisa, ele encontrou ou descobriu a iluminação ou alguém lhe concedeu? Se é alguém acho, como nos diz claramente o texto, prova-se mais uma vez a destreza de Ada D. Albrecht, autora do texto e fundadora juntamente com Jorge Angel Livraga Rizzi da Nova Acrópole, para atribuir ações a seus tão poderosos seres superiores.


Pode-se um acropolitano alegar diante dessas afirmações acima que tudo não passa de meros recursos didáticos para expressão da filosofia. Perfeitamente. Então como pode-se negar que se cultua as figuras já mortas de JAL, Blavatsky, Sri Ram, e ainda em outros textos se mostra a submissão na ordem hierárquica que se tem que tomar. E como em muitas ocasiões se comenta de magos negros que conspiram contra Nova Acrópole ou de Demiurgos e outros tantos seres de ordem mística que se exercitam sobre a organização do mundo, de acordo com as idéias acropolitanas? Acho bom lembrar que tudo não passava de uma associação cultural com estudo de filosofia...


1.c. a preocupação com os fins últimos do ser humano;
Como estava comentando sobre Buda anteriormente e o texto da apostila de Nível I vale citar um outro trecho que comprova a preocupação com os fins últimos do ser humano Parágrafo 4° pg 57 “ Vida de Buda: resumo” “(...)Haver conquistado a iluminação é haver superado amplamente a etapa humana; ter chegado ao Nirvana, à libertação, é haver também superado os deuses, porque a eternidade já se deslumbrou”. O que podemos dizer aqui, além da presença de Deuses ao se estudar Buda, o que é algo muito estranho tem-se a sugestão de superar a etapa humana. Para o budismo o que tem que ser superado é a si mesmo, e não buscar de deixar ser humano. Quanto à teologia acropolitana, se é que pode ser chamada de teologia, o alcançar a Deus, ou aos Deuses seria deixar as temporalidades humanas. Fiquei atônito quantos acropolitanos não tinham a atitude de “Formação de caráter” onde para superar a etapa humana o indivíduo tem que deixar suas coisas: vendiam seus cds favoritos, só porque não eram as músicas clássicas ou que elevavam o espírito de acordo com a concepção artística acropolitana. (o braço pseudo-artístico da Nova Acrópole se chama Instituto Tristan e seus preceitos podem ser muito facilmente apreendidos ao se dar de frente com a revolução cultural nazista no pré-guerra).


Voltando a questão dos fins últimos do ser humano. Além da questão das raças como foi analisado no tópico sobre metas sobrenaturais, a Nova Acrópole tem a implementação do Homem-Novo. No livro “Cartas à Délia e Fernando[9] de Jorge Angel Livragra Rizzi tem-se a concepção bem clara do que seria o homem novo. Logo no capítulo I “Sobre os distintos tipos de Homens” na página 15 da edição onde se pergunta o que é o Homem-novo: “(...) Translada esta imagem à atual Raça que rege o mundo. Em seu seio gera-se lentamente uma nova. Suas primeiras expressões lhe causam dor, (...) desta Humanidade mutante e multiforme nascerá outra de um fogo mais vertical, uma forma de “Fogo Frio” de uma verticalidade teológica constante. Antes de formar uma raça propriamente dita, constituirá uma “Estirpe” nova.(...)As característica psicológicas e físicas virão mais tarde, como vem a sombra sobre o solo quando a águia toma altura”. E caracteríza-se esse Homem Novo logo abaixo na próxima pergunta sobre se já existem desses seres que pertencem a essa nova raça. Eis o trecho da resposta: “(...) já existe em vocês(referindo-se a Delia e Fernando) e em todo Acropolitano algo desse Homem-Novo, (...).Essas idéias grandiosas e torturantes que os assaltam pelas noites, as ânsias de conquistar o mundo para um Ideal, o arranque emocional que os faz vencer as barreiras do cansaço, (...)", a obediência que se antepõe aos seus instintos. Pode-se dizer, aquele que defende o pensamento acropolitano que o Homem-Novo nada mais é do que uma evolução espiritual e de condições de pensamento do homem atual. Mas eu pensei que era uma Associação Cultural, e que esses méritos de evolução espiritual teriam um caráter mais religioso. E além do mais, esse Homem-Novo é a chamada raça ariana que já foi comentada nesse texto. Mas digamos ainda da liberdade de crença, que o acropolitano pode acreditar nisso ou não. Que isso não é uma necessidade para ser acropolitano, acreditar nessas tais sub-raças e superação da etapa humana ou coisas semelhantes.


Só que...


Como muitos acropolitanos vão rechaçar esse tópico dizendo que a superação da raça humana é somente uma nova maneira de ver o mundo, e de se organizar nele. No entanto, a maior parte dessas pessoas não leram, nem vivenciaram devidamente essa superação. Que fique bem claro, você só consegue subir na hierarquia acropolitana se subjugar sua vida aos interesses da instituição. Essa entrega significa você abandonar tudo na sua vida que não seja acropolitano.



d. aspectos sagrados (elementos reservados e ou proibidos);
Nova Acrópole têm vários símbolos e condutas escusas. Têm um tom secreto, sem o caráter de exibição, tipicamente de elementos religiosos com o seu valor de culto e reverência.[10] A maioria desses símbolos não são dados ao conhecimento aos alunos de I Nível ou meros ouvintes de palestras de fins de semana, ou do círculo de amigos. No Transpasso alguns desses símbolos são apresentados. Ainda em discípulos de II Nível alguns desses símbolos e rituais não são largamente difundidos. Eis aqui alguns desses.


A ÁGUIA

O símbolo básico da Nova Acrópole, e também o símbolo oficial é a Águia com as asas levantadas sobre uma roda enrolada em folhas, onde dentro estão cruzados uma tocha, uma pena e um machado de dois gumes (labris).


A águia ou o estandarte, como é comumente nomeado pelos acropolitanos, é o símbolo oficial da Nova Acrópole. O caso é que a Nova Acrópole praticou uma lavagem de imagem, fazendo o seu símbolo ser de ordem somente interna. Segundo eles, por causa dos constantes ataques que a instituição sofria.


O símbolo da águia é muito difundido como o signo de inviolabilidade e de origem nos deuses das autoridades ditatoriais. No império romano e no regime nazista. A diferença entre a Águia Nazista e a Águia Acropolitana é que as asas acropolitanas são mais levantadas e, que em lugar do machado, da pena e da tocha se tem a suástica.

O CUMPRIMENTO

O cumprimento oficial acropolitano é o braço direito levantado acima da cabeça, com a palma da mão aberta formando uma linha reta entre o braço e a mão dizendo “Ave”.


Esse cumprimento é sempre feito frente a Águia e acropolitanos mestres. É chamada de cumprimento Romano.
Em algumas ocasiões os homens do Corpo de Segurança levam a mão até o peito e gritam forte “Ave”.



Não me esqueço de uma situação no Módulo São Jorge em São Francisco Xavier , SP na festa da Primavera. No início de um dia específico tinha a cerimônia de receber a primavera. Isso começava um pouco antes do nascer do sol. Todos os acropolitanos no anfiteatro grego e Michel Echenique Isasa falava com o seu português roto. Então todos estendiam a mão direita e gritava “AVE” quando o sol despontava por entre as estátuas dos deuses gregos colocados na parte de cima.

O MACHADO

O machado de dois gumes (labris) é um símbolo que é levado no peito pelos “Mandos Machado” — é um tipo de elite das Forças Vivas da Nova Acrópole. O Machado Acropolitano é acompanhado por correntes que refletem o nível da carreira do mestre. A essas pessoas constantemente tem-se que se referenciar de alguma forma. Ou com o braço levantado dizendo “AVE”, ou se levantando quando ele entra no recinto.


Quando um Mando Machado visita uma sede acropolitana toda a sua rotina é mudada. Aumenta-se a panfletagem, e o empenho sobre a divulgação da Nova Acrópole.


O TEMPLO

O templo é o lugar reservado onde além do estandarte da Águia se tem outros elementos de culto da Nova Acrópole. Somente uma pessoa participante do corpo de Forças Vivas entra nesses recintos. Os outros entram somente se convidado.

Há fotos dos mestres a serem cultuados nesse recinto, como Blavatsky, JAL, SRI RAM e até mesmo Michel Echenique. Tem-se várias inscrições em hieróglifos. Uma lamparina usada em outras cerimônias.


Antes dos trabalhos realizados na Nova Acrópole se vai a esse templo e se diz o motivo pelo qual se trabalha naquele dia. Em geral a fórmula é sempre a mesma, “fazemos isso hoje em nome do Ideal, assim como as pessoas nas sociedades antigas faziam seus trabalhos de forma desinteressada e impessoal[11].


AS CERIMÔNIAS

A primeira cerimônia que um neófito participa é marcada por um grande ar de mistério. É a cerimônia de “FORMATURA” que acontece ao final do Transpasso, e marca o início do II Nível .
Tem a cerimônia de Fim de Ano, onde o Chefe Mundial, no momento Delia Steiberg Guzman tem por inspiração dos Deuses o lema do ano e passa toda a mensagem de ano novo para todos os países.


“ O Dia do Lótus Branco” ou o dia dos “Mestres” acontece no dia 8 de maio de todo ano. É o dia da morte de Blavatsky. É também a data da “Plenitude de Maio” (momento em que é considerado o aniversário da iluminação de Buda). Na Nova Acrópole se explica que cada ano, nesse dia, os “Grandes Mestres” “se preparam para a humanidade toda entrar no nirvana”. O objetivo dessa cerimônia é confirmar a fé dos discípulos para com os seus mestres, e a prontidão desses para servir aos mestres, e estarem sempre dispostos a isso.


Sempre acontece uma parte de um juramento. O Discípulo acropolitano tem que jurar, mentalmente ou não, que vai estar na Nova Acrópole por mais 10 anos, 15 anos.

Dia da Morte de Jorge Angel Livraga (JAL)

7 de Outubro, dia da morte do fundador da Nova Acrópole. É uma série de plantões de 24 horas no templo. Essa série é chamada de “Corrente” e é feita para restaurar a unidade dos discípulos para com os seus mestres e tem alguns outras propostas místicas, de supervivência emocional e vivência de grupo. Assim como elementos de devoção e religiosidade.


Outros Símbolos e Condutas

Outros símbolos são usados pelos componentes das Forças Vivas. As condutas serão mostradas em um texto sobre o “Controle da Consciência”.


O Corpo de Segurança tem como símbolo um Raio, uma onda e um S envolto todos em um laço.
A Brigada Feminina tem a chamada “Barca de Isis” como símbolo. É uma barca com uma bandeira.


A Brigada Masculina leva no peito o símbolo de quatro mãos segurando uma engrenagem.
Todos esses três símbolos são usados nos uniformes que são vestidos em situações de cerimônia e no Módulo São Jorge, em momentos de trabalho.


JAL assinava como Anúbis, divindade egípcia também conhecida como o Deus da morte. Mas segundo os acropolitanos o Chacal que representa Anúbis é o deus que guia os discípulos. Além de ser o deus da morte, Anúbis, para muitos filho de Seth, é também o deus do embalsamo.


Delia Steinberg Guzman também assina como uma divindade egípcia mas que até então ninguém ousou nomear para os discípulos.

e. um objeto de devoção espiritual;
Além dos próprios símbolos a devoção é feita até com os mestres. A pessoa que freqüenta Nova Acrópole tem que deixar de ser um mero aluno. Passa a ser um discípulo. De forma bem clara ainda na apostila de I Nível, se mostra essa diferença. No Tópico “O Papel da Vida Moral no Discipulado: Sua Razão” encontra-se no 2° e 3° parágrafos:
"Somente o discípulo é capaz de compreender intimamente o ensinamento do Mestre, ao tempo em que tenta aplicar em si mesmo o que lhe é ensinado. O discípulo trata de realizar o que entendemos por vida moral. Ele não se conforma com a mera captação mental da instrução, mas se esforça em transmiti-la e também de transmutar seu Ser interior. Este é o sentido mais elevado da alquimia: a transformação dos homens de barro em homens de ouro.


Há três virtudes básicas que caracterizam o discípulo: Devoção, Investigação e Serviço. Vemos nisso o complexo íntegro do ser humano em ação. Sua devoção, mediante a fé, aproxima-o das verdades necessárias. Mas, se afã de buscar unicamente a verdade obriga-o à investigação. Quando, pela investigação, liga-se finalmente com o verdadeiro, põe-se a disposição do Mestre, mediante o serviço de seus pensamentos e atos".


A devoção ao mestre, e dedicação através do serviço de seus pensamentos e atos chega a uma atrocidade de conduta contra a própria liberdade. Isso vem tudo mascarado de Associação Cultural, o que na verdade é uma seita de caráter destrutivo. A submissão de sua consciência e de seus atos ao seu mestre é a grande violência até hoje praticada pela Nova Acrópole em larga escala. O indivíduo que entra na Nova Acrópole não sabe que terá que fazer reverências e “AVEs” a águia solar, aos mestres, terá que controlar os seus sentimentos em relação aquilo que gosta, vai ter que “se limpar de personalismos” como os CDs que mais gosta, deixar de estar com os seus amigos[12]. Se soubesse antes de entrar na Nova Acrópole que estava se afiliando na verdade a uma seita destrutiva a liberdade de escolha seria reservada. Em um outro texto será analisado como se dá o envolvimento da pessoa com a Nova Acrópole mediante a suplantação de sua vontade pela vontade do mestre (a lavagem Cerebral).


Ainda sobre a devoção ao mestre e seus mandos, tem-se um trecho do livro “Cartas à Delia e Fernando” sobre o tópico de Como Conduzir ao demais quando não se está totalmente Maduro” em que se deixa claro a submissão a essa devoção : “(...) renovar-se quando se sintam cansados, e nem conceber mentalmente a possibilidade de ceder às durezas de seus sacrifícios"[13] (...). E também no tópico XV “Prós e Contras da solidão e da companhia para um Idealista” do mesmo livro se tem o quase provérbio acropolitano: “E se tivermos que eleger o que devemos fazer, entre o que nós queremos e o que é válido ao Ideal, elejamos sempre o último[14]. Não somente por militânica, senão porque o que quer o Ideal, se está bem entendido, há de ser sempre Bom e Luminoso, e ainda o melhor para nós mesmos”. Aqui não se deve esquecer que de forma hierárquica nossas vontades e decisões são tomadas pelos nossos mestres. O seu mestre direto, diretor de escola, e então para o chefe de região, então o Mando Nacional e assim até chegar a Delia, que é a representante direta dos deuses e do Ideal.


Além da devoção ao Ideal e aos mestres, o acropolitano tem uma devoção espiritual a todos os símbolos que representam de alguma forma eles, como se realmente fosse uma religião.

f. uma entidade que controla o destino do ser humano;
Bem, nesse caso, os Deuses. Como foi citado no tópico 1b acima a Grande Fraternidade Branca é uma organização supra-física (espiritual). Para muitos acropolitanso, até mesmo de II Nível essa entidade, ou grupo de entidades que rege a Nova Acrópole não é dado o conhecimento. É digno ressaltar ainda o último parágrafo do Curso “Introdução a Sabedoria do Oriente”:
“Este é o Plano da Hierarquia e assim será cumprido. Da intensidade do trabalho daqueles que sentem a necessidade de executá-lo, e do impessoal da sua canalização, depende o tempo que será empregado. Os Deuses e os Homens querem que seja o mais curto possível”.


Acredita-se que o discípulo quando chega a esse “nível” esteja quase totalmente submetido à hierarquia acropolitana.


A contra-argumentação que um defensor acropolitano pode vir dar a esse tópico é o fato de que não há nenhuma entidade que controla o ser humano, mas que o guia para superar essa sua etapa de personalismos. No entanto, para aceitar essa ajuda, o indivíduo tem que se submeter às crenças e condutas e doutrinas da Nova Acrópole. O que até então não passava meramente de uma escola de filosofia, e uma associação cultural. Quando analisados os preceitos acropolitanos à vertente do que Umberto Eco chama de Eterno Facismo, fica muito claro o objetivo que essa instituição tem. O tom político deixa de ser escuso e fica claro e evidente. [15]


O destino do ser humano é controlado pelos Deuses, ou pelos Senhores do kharma e do Dharma. Tem ainda os Demiurgos, ou senhores do mundo. O destino do acropolitano é controlado não só por esses, mas pela estrutura piramidal da instituição que diz diretamente o que cada um deve fazer em sua vida. (isso começa com a escolha do Raio quando o neófito passa a ser provacionista de força viva— no Brasil isso é feito por Michel Echenique Isasa, que de uma forma inspirada pelos deuses, te olha e diz a que você vai ter que se dedicar para continuar na Nova Acrópole).

g. o âmbito do ser;

O ser humano é constantemente dividido de forma prática acropolitana em dois: Kuravas e Pandavas. Ali, se limita todo o âmbito do ser. Tem-se a constituição Septenária, onde o ser é dividido em quatro partes inferiores e 3 superiores. Essas quatro partes são: Mente dos Desejos, Emocional, Energético, e Étero-físico. Para o acropolitano essa é a parte dos Kuravas, é a parte mais baixa na evolução e com isso eles têm que controlar cada parte de si.[16] A Parte Superior do ser é formada pelo: Mente Pura, Intuição e Vontade. Todas essas partes tem o seu respectivo em Sânscrito. Isso pode ser encontrado na apostila I Nível no módulo I de Ética.


Com essa subdivisão do ser, se delimita até onde o homem pode ir. Até a Mente dos Desejos. A partir dali o homem começa a superar a etapa humana, ou etapa animal. Como símbolo disso tomam Arjuna, herói do livro Baghavad Gita, que ironicamente nessa fábula épica (que para muitos acropolitanos é um registro histórico) é conduzido pelo Criador, ou Krishna.


O âmbito do ser é totalmente misturado com outras culturas. Faz-se relação da cultura grega com a hindu, e nomea-se escolas de mistérios. Todos com o objetivo de "instruir" acropolianamente o indivíduo a se entregar ao seu mestre.


Os passos para se controlar os subcorpos, ou os kuravas são desde pequenos testes de “formação de caráter” como superação física e participação grupal ou abandono de coisas próprias, como a escrita de um diário onde o acropolitano escreve e mostra a seu mestre onde errou naquele dia, ou o que aprendeu de acordo com o ensinamento acropolitano. Em um outro momento passa a escrever a sua “Carta de Degrau” quando passa a completar uma lista de alguns itens, tais como o celibato[17], e privação de horas de sono e alimentação.

h. uma fonte de conhecimentos e sabedoria transcendental.
A Tradição. Assim se comenta da fonte dos conhecimentos da Nova Acrópole. Blavatsky também dizia que se embebia de sabedoria da Tradição. O que é essa tal Tradição?
A chamada tradição (excerto do texto de Umberto Eco).


(...)Não era somente uma contra-revolução típica do Catolicismo logo após a revolução Francesa, mas isso nasceu no final da era Helênica, como uma reação à racionalismo grego clássico. Na base do Mediterrâneo, pessoas de diferentes religiões (maior parte dessas fés foram aceitas indulgentemente pelo panteão Romano) começaram a sonhar com uma revelação recebida na aurora da história da humanidade. Essa revelação de acordo com os tradicionalistas místicos, tem remanescida por muito tempo escondida sob o véu de línguas esquecidas — os hieróglifos egípcios, nas runas Celtas, nos pergaminhos das pouco conhecidas religiões da Ásia.
(...)
Como conseqüência não há nenhum avanço na aprendizagem. A Verdade já foi falada uma vez e por todos, e nós podemos ficar somente interpretando mensagens obscuras.

[18]


A submissão à Tradição na Nova Acrópole se dá (de forma enumerativa e não excludente) de duas maneiras: através da doutrina de Madame Blavatsky e de Platão na crença em uma era de ouro da humanidade. Esse conhecimento é dado a Delia Steinberg Guzman, e antes a JAL. Até então a tradição fora passada para JAL por SRI RAM, controverso mestre da Sociedade Teosófica com quem supostamente (e com muitas ressalvas, até mesmo da Própria Sociedade Teosófica Adyar, Mundial com sede na Índia e de altos cargos Acropolitanos como Miguel Martinez- Carta da Sociedade Teosófica[19]). JAL teve contato. Certamente o leitor aqui, mais atento vai comentar que segundo a minha enumeração acima há uma contradição. Exatamente. Existe essa contradição, que de uma forma ou de outra nunca, NUNCA vai ser relevada nas aulas de “filosofia” acropolitana. Aqui se defenderiam que é coisa da minha mente intelectual. Que de nada tem de prático contrapor essa verdade. Filosofia e esoterismo juntos? ... fica para outro texto.


De uma outra forma a Tradição é aplicada na Nova Acrópole através do Nei Kung. Copilado de forma mediúnica por Michel Echenique Isasa, essa suposta arte marcial chinesa, considerada morta porque há milênios não se tem mais praticantes, aplica os preceitos do I-ching. O Nei Kung foi recebido por Michel pelos deuses que indicaram a ele o que fazer e quando fazer. Esse passou vários anos perambulando até que entrou na Nova Acrópole e deu continuidade, de acordo maior ainda com a tradição à difusão do Ideal. Alias quem estuda Nei Kung, deveras estuda o mesmo material acropolitano, e tem as mesmas submissões e condutas.


2. Práticas que supõem comportamentos de obediência e reverência ou culto.


Aqui Nova Acrópole se destaca. A obediência, o culto e a reverência aos mestres e símbolos são altamente necessários para que ela mesma exista, como foi mostrado em várias partes anteriormente. O autoritarismo acropolitano pelo qual ela é criticada em todo mundo é a estampa da obediência aos seus tramites internos.


Frequentemente você, ao fazer uma pergunta indevida, vai receber por resposta: “Você ainda não está preparado para tal informação” ou “O seu nível não te permite saber disso ainda” ou ainda, “Você ainda pensa demais para entender isso” entre outras demais possibilidades de resposta. Até então, o defensor pode dizer que não passa de um artifício didático para incitar o aluno à investigação. Infelizmente não. Geralmente assuntos em que se tem como resposta coisas desse tipo são assuntos ou controversos, ou paradoxais que a mente SÃ logo se reservaria de alguma veracidade do fato. Dessa forma se adia esses estímulos paradoxais ou mesmo contradições para um momento mais oportuno, quando o discípulo não tiver mais reservas mentais e acreditará em tudo o que o “mestre” mandar.


Ainda é digno citar mais uma vez, não por falta de fontes, mas por necessidade de reiteração: “E se tivermos que eleger o que devemos fazer, entre o que nós queremos e o que é válido ao Ideal, elejamos sempre o último” Capítulo XV Cartas a Delia E Fernando.


Quanto ao culto e a reverência vale ressaltar um dado interessante e ao mesmo tempo escabroso. Todo acropolitano, já Força Viva tem em sua casa uma foto de JAL, ou de Delia em um local de significado de culto. A foto está ali para lhes lembrar da “grandiosidade” e do que eles fizeram pelo Ideal.


A auto-negação, essa vida de pobreza estrita, que um observador de fora poderá enxergar como uma “humilhação Franciscana” é realmente o que dá o significado para a vida do acropolitano, e assim se torna uma razão para ter orgulho delirante. “Delirante” no sentido da falta de contato com a realidade em volta, que agora se tornou quase invisível (Texto de Miguel Martinez).


É comum a frase: “ Não tente entender mentalmente simplesmente obedeça” ou faça determinada coisa. Perguntar demais, ter reservas mentais sobre os seus mestres é um dos maiores “pecados acropolitanos”. O Sucessor hierárquico mais próximo é quem é capaz de entender um pouco mais algo que foi dito, e assim por diante, até chegar em você que não tem capacidade de entender nada, porque está mais distante do Ideal. A você basta obedecer e passar adiante tal mando ou preceito.


Numa conversa, eu já ex-acropolitano, e tentando ajudar alguns conviventes de forma imatura (lhes mostrando provas diretas do que é Nova Acrópole), perguntei um acropolitano — ele que tinha acabado de entrar para provacionismo de Força Viva, para o Corpo de Segurança— se caso Michel lhe pedisse para matar uma pessoa o que ele faria. A resposta de que mataria me assustou tremendamente. “Ele sabe mais do que eu, tem capacidade de saber mais sobre a realidade das coisas do que eu” me respondeu ele de forma devota e serviçal.


A obediência ao Ideal, ou ao mestre é construída através do tempo. A pessoa vai para um lugar com o objetivo claro de estudar filosofia. Nos primeiros momentos recebe uma carga enorme de estímulos paradoxais, que traduzindo a miúdos (não levando em consideração as outras condutas inseridas na mente do indivíduo de forma enganosa) é a submissão aos deuses, mesmo com dor, para sermos felizes e construir um mundo novo e melhor. Infelizmente isso não fica tão claro nesses primeiros meses. Ao começar o II Nível, se você não se dedica a alguma parte da escola, além da sua aula semanal, você vai ser chamado à atenção de forma direta ou indireta para que comece. A supervivêcia emocional, com a participação em um grupo é de grande importância para a sua submissão e obediência ao culto.


Todas as situações são controladas. Se um discípulo tem uma dúvida ou um problema pessoal ele nunca deve recorrer aos seus semelhantes. Digo, às pessoas que estão no mesmo nível que ele. Não se deve “atrapalhar o caminho do outro com suas dúvidas”. Dessa forma, só se recorre ao seu mestre. Amizade com liberdade de expressão não há entre acropolitanos no mesmo nível. Nem mesmo de níveis diferentes pois sempre se tem a idéia de hierarquia e de que quem está a mais tempo no Ideal seja melhor, mais próximo da Verdade e coisas parecidas.


A forma de dominação, ou de controle de consciência que exerce a Nova Acrópole vai desde o controle do tempo ocioso do discípulo até a privação de informação, sono e em alguns casos alimento.

3. Caráter coletivo ou grupal da expressão da vida religiosa.


Para ser acropolitano, ou se dizer que é um, tem que estar envolvido com a instituição. Esse envolvimento tem que acontecer de forma clara. O discípulo tem que participar das “atividades” da escola. Não se pode simplesmente freqüentar as aulas. Tem que fazer os trabalhos em conjunto, ir a palestras, panfletar e trazer pessoas novas para o círculo acropolitano.


Muito se fala de Idealistas que não estão na Nova Acrópole. Mas sempre esses idealistas não são apontados, nem dado a conhecer suas verdades.


O caráter coletivo vem da própria vivência dentro da própria sede. Os discípulos passam horas e até dias direto dentro da escola. Alguns fazem o seu sustento de forma conjunta com a Nova Acrópole montando institutos de arte, saúde, jurídico, artes marciais. Todos veiculados à Nova Acrópole.


A religiosidade do movimento vêm de uma forma discreta. Por se considerarem uma Associação Cultural, aos olhos alheios nada se modifica profundamente. Agora, para os familiares de acropolitanos a mudança do indivíduo é drástica e profunda ainda nos primeiros meses. Com o passar do tempo a pessoa se desfigura de tal forma (jeito de falar, roupa, gostos e gestos, sorriso, afeto, círculo de amigos, carreira, relacionamento amoroso, etc) que fica irreconhecível. Há alguns exercícios para levar o indivíduo a uma transposição de tempo e espaço como uma oração. Vi várias vezes o Michel Echenique Isasa ensinando a “formidável e mágica” tática de se fazer “parar o tempo”. Há a crença em entidades como Silfos, duendes, elementais...Voltando aos exercícios, muitos deles são meditações que em seu âmbito são colocados elementos acropolitanos, como a águia, ou JAL. O discípulo vai pouco a pouco substituindo toda a sua linguagem de leitura de mundo pela da Nova Acrópole através de exercícios e crenças difundidas dentro da seita.

Conclusão

Dentro desses parâmetros, claramente descritos Nova Acrópole realmente pode ser considerada uma instituição religiosa. O caráter destrutivo e neo-nazista serão analisados em outro texto. Quanto a possíveis contra-argumentações sobre seita ou não, podem fazer o alarde que quiser. Podem até mesmo dizer que tudo não passa de uma mera especulação de categoria. E que em verdade Nova Acrópole está muito acima dos preceitos humanos, é uma obra dos Deuses. Aceita a contra-argumentação. Mas não se deve esquecer que com esse breve relato da vivência e texto acropolitano já se pode aferir que Nova Acrópole é tudo, menos uma mera Associação Cultural de curso livre de filosofia.

Bibliografia

- Apostila de I Nível, Nova Acrópole
- Apostila de II Nível, Introdução a Sabedoria do Oriente, Nova Acrópole
- Cartas a Delia e Fernando, Nova Acrópole
- Bastion, várias edições
- Revista Nova Acrópole, várias edições
- Rodríguez, Pepe Adicción a sectas (Pautas para el análisis, prevención y tratamiento)
- Eco, Umberto , Five Moral Pieces, UrFacism
-,W. W. Atikinson, A Suggestão
- Site http://www.no-acropolis.beorn.ru/ e http://www.no-acropolis.info/
- Miguel Martinez “História de um Imperador”, no site http://www.kelebekler.com/cesnur/txt/liv-gb.htm
- Freud, Sigmund - Psicologia de las masas y analisis del Yo